Konan, Shiga, Japão, 17 de abril de 2025 – Dr. Marcos Ribeiro de Souza (Psicólogo) – Atualmente, a geração atual, em especial a geração jovem, tem tido uma cobrança pelo sistema de maneira geral, em estar aptos para fazer diversas atividades, entender de variados assuntos, principalmente na área tecnológica; isso faz com que se sintam cobrados à acompanhar o sistema, tendo que aprender com rapidez vários conteúdos ao mesmo tempo, tais como idiomas, curso etc. trazendo para si angustia, medo, ansiedade, frustrações e muitas outras sensações desagradáveis, que foge do seu próprio ritmo.
Sendo que, na maioria das vezes, os pais também se encontram enfunilados para tais decisões, ou seja, para que o filho não fique de fora da sociedade atual, começa desde cedo a envolve-lo em diversas preparações. Isso tudo é muito legal e necessário, pois depois eles podem escolher onde atuar, todavia, também muito preocupante, pois a criança, o adolescente/jovem acaba ficando sem tempo para lazer e para o seu para o seu próprio descanso, terminando assim, muitas das vezes, esgotado psicologicamente, assim como fisicamente.
Essa preparação esta diretamente associado ao medo do futuro: como estaremos? Onde estaremos? O que exatamente estarei fazendo?
SERÁ QUE REALMENTE SOU ANSIOSO?
A ansiedade na grande verdade, é um estado natural que nos protege e até mesmo, nos desperta a se preparar melhor para situações e desafios futuros. Quando falamos naturalmente, estamos dizendo, que é um normal, que ocorre com todos.
Para facilitar compreender e fazer uma autoanálise, vamos descrever dois tipos de ansiedade: a normal e patológica.
1-Situações que podem despertar a nossa ansiedade naturalmente: conhecer pessoas importantes; pessoas novas; mudança de empregos; entrevistas; apresentação de trabalhos escolares; viagem para lugares desconhecidos; participar de avaliações importantes, sejam elas teórica ou práticas;
2-Ansiedade patológica: é considerada patológica, quando existe ou permanece a ansiedade sem que haja situações aparentes, ou mesmo que exista, a ansiedade se torna desproporcional e de maneira muito intensa. Por exemplo, nos casos e situações acima citadas, os reflexos e comportamentos são dobrados a intensidade, muitas das vezes acompanhados com sintomas físicos: dor de barriga, diarreia, calor, suor frio e aceleração cardíaca.
Tanto na ansiedade natural quanto na patológica, a ansiedade e o medo estão intimamente ligados, porém o que difere entre ambos, é a intensidade da mesma e a proporção ao estímulo.
DIFERENTES TIPOS DE ANSIEDADE
Os transtornos de ansiedade são classificados em diversos tipos, tais como:
1- (TAG) Transtorno de Ansiedade Generalizada- este tipo é o mais comum e mais frequente na ansiedade e é assim caracterizada pelo CID (Classificação Internacional de Doença) por não haver situações identificadas específicas, manifesta uma preocupação excessiva em ralação a coisas e situações na rotina (por exemplo, na escola, trabalho, compromissos, até mesmo com a própria saúde);
2- Ansiedade Social (se caracteriza pelo medo e ansiedade exagerados em ralação ao convívio social, como mais conhecemos: aglomerações; trazendo desconforto), exemplos: frequentar restaurantes, escolas, trabalhos etc.
3- Claustrofobia (medo de lugares fechados);
4- Transtorno do Pânico, também bastante comum, caracterizado pelas crises de pânico e medo espontâneos e inesperados, acompanhado de sintomas físicos: medo de morrer, taquicardia, suor frio (sudorese), falta de ar e tremores;
5- (TOC) Transtorno Obsessivo Compulsivo- pensamento compulsivo e obsessivos, como o nome já diz, aparece em comportamentos repetitivos, gerando ansiedade, dependendo da intensidade do TOC, traz grandes prejuízos à rotina. Há casos que a pessoa não consegue sair de casa para trabalhar, estudar, por uma compulsão em arrumar a casa, ou uma parte dela (quarto, sala etc), há outros compulsão e obsessa alimentar, controlam rigorosamente a alimentação, podendo causar um transtorno alimentar.
6- Agorafobia- caracterizada pelo medo em locais ou situações que a pessoa não se segura. (desproporcional ao perigo existente), exemplos: enfrentar filas, transporte público, locais abertos, geralmente com multidão.
7- Estresse pós-traumático- pouco conhecido como transtorno de ansiedade, mas traz crises de ansiedade por consequências de eventos traumáticos (assalto, tentativa de estupro, acidente de trânsito e perca de pessoas especiais, principalmente se for noticiado inesperadamente.)
PRINCIPAIS SINTOMAS DA ANSIEDADE
Psicológicos: Irritabilidade, sentimento de culpa, medo, preocupação exagerada com o futuro e com a saúde, baixa autoestima, dificuldade de concentração, pensamentos negativos, pensamento acelerado.
Físicos: dor no peito, taquicardia, formigamento, sudorese, tensão muscular, alteração intestinal.
CAUSAS DA ANSIEDADE
O ambiente é bastante importante, para o desenvolvimento da ansiedade, por exemplo, lares com muitas brigas, discursões, equipamentos eletrônicos com uso em excesso, utilização em excesso de mídias sociais, cujo acesso de informações acaba cansando o cérebro e a mente com conteúdos inacabados e exagerados.
Genética e hereditariedade: parece que não, mas tanto a depressão como a ansiedade contam com 30% a 40% de contribuição nas causas, enquanto que no ambiental restam de 60% a 70%.
Pós-traumas- pessoas próximas que ficam doentes e morrem, situações conflituosas no trabalho, término de relacionamentos traumáticos.
POR FIM, ONDE BUSCAR AJUDA
É fundamental o acompanhamento psicoterapêutico (psicologia) juntamente com a farmacologia (psiquiatria- administração medicamentosa), além desses dois tipos de tratamentos, é de fundamental importância a mudança de hábitos (trabalhados também na psicoterapia com o seu psicólogo de confiança), horários de dormir, de acordar, horários regados em utilizar aparelhos eletrônicos e redes sociais, passar mais tempo com a família e amigos, aumentar atividades de lazer e sempre praticar exercícios físicos.
Marcos Ribeiro de Souza – Psicólogo (CRP 06-87716)
Formação Acadêmica: Bacharelado em Psicologia (2005) e Formação de Psicólogo pela UNISA – Universidade de Santo Amaro – SP, 2006. Experiência prática no Brasil, desde 2008, com atendimentos de casais, familiar, individual e empresas. Atuação no Japão desde 2012, sendo como principais causas de atendimento: ansiedade, depressão, transtornos, conflitos etc. Atuação com a Abordagem Centrada na Pessoa. Página no facebook: @psicologoclinicojapaotoyohashi; Instagram e canal no YouTube: psicologandonojapao. Inscreva-se no canal.
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