Escândalo de vouchers do premiê Ishiba Shigeru gera polêmica

Tóquio, Japão, 18 de março de 2025, Agência Kyodo News – O primeiro-ministro do Japão, Ishiba Shigeru, enfrenta forte pressão na Dieta Nacional nesta segunda-feira (17) devido a um escândalo envolvendo a distribuição de vouchers de presente a parlamentares do Partido Liberal Democrata (Liberal Democratic Party – LDP). Ishiba insiste que os vouchers não configuram violação da legislação vigente.

O caso teve início após um evento realizado no início do mês, no qual Ishiba convidou 15 legisladores do LDP para um jantar em sua residência oficial. Posteriormente, seu escritório enviou vouchers avaliados em aproximadamente 675 dólares para os gabinetes desses parlamentares. A controvérsia gira em torno da Lei de Controle de Fundos Políticos, que proíbe doações de dinheiro, ações ou bens para atividades políticas, mas permite contribuições para eventos não relacionados à política.

Ishiba defendeu que o encontro não teve caráter político e que os vouchers foram apenas uma “lembrança”. No entanto, líderes da oposição continuam pressionando o premiê, alegando que o episódio fere as normas de financiamento político.

Koike Akira, secretário do Partido Comunista Japonês, declarou: “Se aconselhamento sobre políticas não for uma atividade política, então qualquer coisa pode ser permitida. Isso é claramente uma violação da lei.”

Em resposta, Ishiba afirmou: “Não discutimos políticas do LDP nem estratégias eleitorais. Portanto, não foi uma atividade política.”

Ishigaki Noriko, do Partido Democrático Constitucional do Japão (CDP), questionou diretamente o primeiro-ministro: “Como o senhor pretende responder aos pedidos de responsabilização?”

Ishiba reconheceu o impacto do episódio, afirmando: “Mesmo que não haja irregularidade legal, algumas ações podem ser socialmente inaceitáveis. Percebo agora que estive desconectado da opinião pública. Lamento profundamente.”

O CDP exige que Ishiba esclareça sua posição durante as deliberações na Dieta e sinalizou que, caso as explicações não sejam satisfatórias, poderá convocá-lo a um painel de ética política.