Washington DC- EUA – 20 de fevereiro de 2025 – Agência Ukrinform – A situação diplomática da Ucrânia sofreu uma reviravolta significativa na última semana, quando os Estados Unidos, até então o principal aliado de Kiev, mudaram de postura em relação à guerra com a Rússia. O governo dos EUA, sob a liderança do presidente Donald Trump, reverteu várias posições anteriormente adotadas, gerando críticas de autoridades ucranianas e europeias.
Em um pronunciamento na sexta-feira (21), o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, usou uma linguagem diplomática similar à da Rússia ao afirmar que “retornar às fronteiras de 2014 da Ucrânia é um objetivo irrealista” e que os Estados Unidos não consideram a adesão da Ucrânia à OTAN como um resultado viável para um acordo de paz. Esse foi um ponto de discordância, pois a promessa de adesão da Ucrânia à OTAN havia sido feita pelos EUA desde 2008, e durante a guerra, os Estados Unidos apoiaram a restauração das fronteiras reconhecidas pela Rússia em 1991.
A mudança de posição foi abrupta e causou reações em toda a Europa. O ministro da Defesa da Alemanha, Boris Pistorius, chamou as concessões unilaterais de “desajeitadas” e “um erro”. Além disso, o presidente Trump anunciou em 12 de fevereiro que começaria negociações diretas com a Rússia para encerrar a guerra, quebrando a promessa de seu predecessor de que “não haveria nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”. Essa nova postura gerou uma reação de indignação do presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que acusou Trump de se deixar envolver por “uma teia de desinformação”.
Trump, por sua vez, intensificou as críticas a Zelenskyy, chegando a afirmar que o presidente ucraniano era “um comediante modestamente bem-sucedido” que se tornara “um ditador sem eleições” e “fez um trabalho terrível”. Em resposta, Zelenskyy ressaltou que a pesquisa de aprovação na Ucrânia mostrava que sua popularidade estava em 57%, refutando as alegações de Trump.
A mudança de postura dos EUA também teve repercussões no cenário europeu, com líderes do continente expressando preocupação sobre o compromisso americano com a segurança da Ucrânia e a estabilidade da OTAN. O vice-presidente dos EUA, JD Vance, criticou os europeus por restringirem a liberdade de expressão e enfraquecerem a democracia, enquanto outros líderes, como a chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, e a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, alertaram que qualquer “acordo rápido” seria uma “negociação suja” e que a paz só viria por meio da força e de garantias de segurança a longo prazo para a Ucrânia.
No centro das negociações, um plano de “reembolso” proposto pelos EUA, baseado na exploração da riqueza mineral da Ucrânia, também causou controvérsias. Trump sugeriu que a Ucrânia fornecesse minerais raros no valor de US$ 500 bilhões, algo que Zelenskyy rejeitou como uma “discussão não séria”. Para Kiev, a principal preocupação é garantir segurança, e Zelenskyy recusou formalizar relações econômicas com os EUA sem garantias de segurança.
Enquanto isso, a Rússia, por meio de seus representantes, manteve uma postura inflexível nas negociações. Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, descartou qualquer troca de territórios com a Ucrânia, reiterando que as regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporizhia e Kherson são “irrevogavelmente perdidas” para a Ucrânia, e que o país deveria renunciar à adesão à OTAN e se declarar neutro.
O impasse continua, com a Ucrânia se esforçando para manter seu apoio internacional e garantir um futuro seguro, enquanto as negociações de paz permanecem incertas e repletas de tensões entre as potências globais.
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