Pequim, China, 8 de fevereiro de 2025 (Agência de Notícias Xinhua) – A China reagiu nesta sexta-feira (8) à decisão do Panamá de abandonar a Iniciativa do Cinturão e Rota, um dos maiores projetos de infraestrutura globais do país asiático. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, apelou ao governo panamenho para que reconsidere sua decisão, destacando os interesses bilaterais e os benefícios mútuos que a parceria oferece.
De acordo com Lin, Pequim espera que o Panamá considere as relações de longo prazo entre os dois países, levando em conta os interesses dos povos de ambas as nações. O governo chinês pediu também para que o Panamá evite se submeter a pressões externas, em clara referência à oposição dos Estados Unidos à Iniciativa do Cinturão e Rota.
A resposta chinesa ocorre após o presidente panamenho, José Raúl Mulino, anunciar oficialmente que a embaixada do Panamá em Pequim informou o governo chinês sobre a decisão de se retirar da iniciativa. Esta decisão foi motivada por preocupações internas e externas, incluindo a pressão de aliados como os Estados Unidos.
Lin Jian reforçou que a China é veemente contra qualquer tentativa de sabotagem ou difamação da Iniciativa do Cinturão e Rota, mencionando especificamente os esforços dos Estados Unidos em criticar e exercer pressão sobre os países participantes. Washington, em diversas ocasiões, tem alegado que a China busca aumentar sua influência estratégica através da construção de infraestrutura em países ao longo da rota comercial.
Além disso, o governo panamenho iniciou uma auditoria em uma empresa com sede em Hong Kong que gerencia dois portos estratégicos próximos ao Canal do Panamá, o que tem gerado preocupações sobre a presença chinesa na região. A relação do Panamá com a China tem sido tensa nos últimos meses, principalmente em relação ao controle de pontos estratégicos para o comércio internacional.
Este episódio destaca os desafios da Iniciativa do Cinturão e Rota, que enfrenta resistência de alguns países e pressões externas que podem influenciar suas decisões. Pequim, por sua vez, segue buscando ampliar sua rede de parcerias globais, mantendo o foco nas vantagens econômicas e geopolíticas que o projeto oferece para os países participantes.
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