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domingo, 23 fevereiro, 2025 12:18: pm
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70 cristãos são decapitados em igreja na República Democrática do Congo

Ataque de milícias ligadas ao Estado Islâmico deixa comunidade em choque e expõe crise humanitária

Kinshasa, República Democrática do Congo, 23 de fevereiro de 2025 – Agência France-Presse – Um ataque brutal contra cristãos na República Democrática do Congo (RDC) chocou o mundo nesta semana, após 70 fiéis serem decapitados em uma igreja na região de Lubero, no nordeste do país. O massacre, atribuído às Forças Democráticas Aliadas (ADF), grupo ligado ao autodenominado Estado Islâmico, ocorreu na madrugada de quinta-feira (13), deixando a comunidade local em estado de pânico e luto.

Segundo relatos de fontes locais, os militantes invadiram a vila de Mayba por volta das 4h, ordenando que os moradores saíssem de suas casas. Vinte cristãos foram capturados inicialmente. Horas depois, durante uma reunião da comunidade para discutir como resgatar os reféns, outros 50 fiéis foram sequestrados. Todos foram levados para uma igreja protestante em Kasanga, onde foram brutalmente assassinados.

Muhindo Musunzi, diretor de uma escola local ligada à igreja CECA20, relatou que a situação de segurança na região já era caótica antes do ataque. “Tivemos que transferir todas as atividades para Vunying”, disse ele, destacando o fechamento de igrejas, escolas e centros de saúde devido à violência.

Muitas famílias ainda não conseguiram enterrar seus entes queridos devido à insegurança na área. Cristãos sobreviventes fugiram da região em busca de segurança, enquanto líderes religiosos expressam desespero. “Não sabemos o que fazer ou como orar; estamos cansados de massacres”, disse um ancião da igreja CECA20.

A violência na região nordeste da RDC tem se intensificado nos últimos anos, com o grupo ADF ampliando seus ataques. Somente no último mês, mais de 200 pessoas foram mortas no território de Baswagha. A crise humanitária se agrava com o deslocamento interno de milhares de cristãos, o fechamento de instituições e a destruição de propriedades.

Organizações internacionais, como a a Igreja Portas Abertas, condenaram o ataque e pediram proteção para civis. “Este massacre é um claro indicador de violações generalizadas dos direitos humanos”, afirmou John Samuel, especialista jurídico da organização. A comunidade cristã global foi convocada a orar pelo fim da violência e por justiça para as vítimas.

Enquanto isso, a ONU e a comunidade internacional permanecem em silêncio, levantando críticas sobre a falta de ação diante da crescente crise humanitária e religiosa no país.

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