Conflito em Goma: avanço do M23 agrava crise no leste do Congo

Goma, Kivu do Norte, República Democrática do Congo, 30 de janeiro de 2025, Reuters. Os combates entre as forças governamentais da República Democrática do Congo (RDC) e os rebeldes do M23 intensificaram-se em Goma, a maior cidade no leste do país. Desde domingo (26), os confrontos resultaram em mais de 100 mortos e 1.000 feridos, sobrecarregando os hospitais locais.

A situação humanitária é crítica, com relatos de violência sexual, saques e ataques a instalações de saúde. Em janeiro, mais de 500.000 pessoas foram deslocadas devido aos combates.

Na capital, Kinshasa, manifestantes protestaram contra países supostamente apoiadores do M23, atacando embaixadas, incluindo as de Ruanda, Estados Unidos e França. Vídeos mostram manifestantes destruindo câmeras de segurança e incendiando pneus. Alguns pedem que o Congo ataque Ruanda, acusado de apoiar os rebeldes.

A ONU alertou para uma crise humanitária no leste do Congo após a entrada do M23 em Goma, destacando o aumento de mortos e feridos, hospitais sobrecarregados e dezenas de milhares de deslocados. A comunidade internacional busca uma solução, com reuniões da União Africana e da ONU, além de conversas entre líderes africanos e de outros países, como Estados Unidos e França. Ruanda e o Congo são instados a respeitar o cessar-fogo e retomar o diálogo, enquanto continuam os esforços para desescalar o conflito.

O M23, apoiado por Ruanda, é um dos muitos grupos armados que lutam pelo controle da região rica em minerais, essencial para a produção de componentes vitais para eletrônicos e veículos elétricos.

A comunidade internacional expressa preocupação com a possibilidade de o conflito se transformar em uma guerra regional, enquanto esforços diplomáticos para um cessar-fogo estão em andamento. A situação permanece grave, com escassez de alimentos e outros desafios humanitários agravando a crise.