Apoio à resistência na Ucrânia diminui com avanço da guerra

Kyiv, Ucrânia, 13 de janeiro de 2025 (Kyiv International Institute of Sociology) — Uma pesquisa recente revelou que o apoio dos ucranianos à resistência prolongada contra a invasão russa diminuiu significativamente. Apenas 57% afirmaram estar dispostos a suportar o conflito “o tempo que for necessário”, uma queda de 16 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

O levantamento, conduzido pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv no mês passado, também mostrou um aumento de 11 pontos percentuais — para 18% — no número de pessoas que dizem ser difícil determinar quanto tempo ainda podem resistir.

Anton Hrushetskyi, diretor executivo do instituto, destacou que as mudanças na opinião pública estão diretamente relacionadas à situação no front de batalha. Ele explicou que as perdas territoriais no leste do país, como nas regiões de Donetsk e Kharkiv, impactaram o ânimo da população. “Muitas pessoas começaram a pensar que é melhor buscar um acordo de paz do que prolongar o conflito”, afirmou.

Apesar disso, Hrushetskyi ressaltou que a maioria dos ucranianos não apoia um “paz a qualquer custo”. Ele sugeriu que a segurança nacional é vista como essencial para alcançar uma solução pacífica.

No ano passado, a Ucrânia perdeu mais de 3.600 quilômetros quadrados de território, segundo estimativas, enquanto 11 mil pessoas buscaram refúgio na capital, Kyiv. Em instalações de apoio a deslocados na cidade, muitos compartilham o desejo de um fim rápido para o conflito.

Uma mulher que fugiu de Donetsk disse que não suporta mais a guerra. “Há um ditado: qualquer lugar é bom, mas o lar é o melhor. Espero que as negociações de paz comecem logo.”

Outro homem, que perdeu amigos no conflito, relatou tristeza e desamparo. “Só quero que a luta termine para que eu possa voltar para casa”, afirmou.

Enquanto isso, o governo ucraniano continua buscando apoio internacional para resistir à ocupação russa e retomar as áreas perdidas, equilibrando os anseios de paz da população com a necessidade de preservar a soberania do país.