Rússia ataca rede energética da Ucrânia

Kiev, Ucrânia — 15 de dezembro de 2024 (Interfax Ucrânia) — A Ucrânia acusou a Rússia de realizar um ataque aéreo massivo contra sua infraestrutura energética, aprofundando a crise de fornecimento elétrico no país. Segundo autoridades ucranianas, o ataque é um dos mais pesados já registrados contra instalações energéticas desde o início da guerra.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou nas redes sociais que as forças russas dispararam 93 mísseis de cruzeiro, balísticos e outros tipos, incluindo pelo menos um de fabricação norte-coreana. Apesar da intensidade do bombardeio, tropas ucranianas alegam ter derrubado 81 desses projéteis, utilizando em parte caças F-16 fornecidos por países ocidentais.

A Rússia também utilizou quase 200 drones para intensificar a ofensiva. A estatal de energia ucraniana, Ukrenergo, confirmou que essa foi a 12ª investida de grande escala contra a rede elétrica do país neste ano, resultando em danos severos e cortes de energia em diversas regiões. “Levará tempo para restaurar completamente o fornecimento”, alertaram representantes da empresa.

Moscou, por sua vez, afirmou que o ataque foi uma retaliação ao uso de mísseis ATACMS, fornecidos pelos Estados Unidos, em uma ofensiva ucraniana que atingiu um aeródromo militar na cidade de Taganrog (13), no sul da Rússia. Autoridades russas classificaram a resposta como “necessária para proteger sua soberania e dissuadir ações militares ucranianas”.

Especialistas apontam que os bombardeios sobre a infraestrutura energética buscam não apenas enfraquecer a capacidade de resistência da Ucrânia, mas também pressionar a população civil, que enfrenta severas restrições com a chegada do inverno.

Enquanto isso, aliados ocidentais da Ucrânia continuam a enviar assistência militar e técnica para reforçar as defesas do país. As próximas semanas prometem ser cruciais para o equilíbrio no conflito, à medida que os dois lados intensificam suas operações.