Damasco, Síria, 10 de dezembro de 2024 (Reuters) – Após a queda do regime de Bashar al-Assad no domingo (9), o primeiro-ministro sírio Mohammad Ghazi Jalali afirmou estar pronto para liderar uma transição de poder rápida e tranquila. Em entrevista à televisão nesta segunda-feira (10), Jalali destacou que o governo sírio continua funcionando, com a maioria dos ministros exercendo suas funções a partir dos escritórios. Ele também revelou que está em contato com os líderes das forças anti-governamentais para facilitar o processo.
A queda do regime de Assad, que governou a Síria por mais de 50 anos, ocorreu após as forças anti-governo tomarem o controle da capital Damasco, incluindo o palácio presidencial. O líder do grupo Hayat Tahrir al-Sham (HTS), Abu Mohammed al-Golani, celebrou o que chamou de uma “grande vitória”, afirmando que a Síria foi “libertada de norte a sul e de leste a oeste” em apenas 11 dias. Golani também pediu unidade nacional para garantir uma transição ordeira.
Apesar da aparente calmaria, especialistas alertam que a formação de um novo governo sírio enfrenta desafios significativos. O enviado especial da ONU para a Síria afirmou que “os desafios à frente são imensos”, especialmente no que diz respeito ao reconhecimento internacional do novo governo. A comunidade internacional acompanha atentamente os desenvolvimentos, com preocupações sobre a continuidade da segurança e a reconstrução do país.
Em apoio ao processo de transição, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, afirmou que a Turquia continuará a trabalhar com o futuro governo sírio, enquanto o governo iraniano declarou que não medirá esforços para garantir estabilidade no país. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também se manifestou, destacando o momento histórico e as oportunidades para o povo sírio construir um futuro melhor, embora reconheça o risco e a incerteza que ainda permeiam a situação.
Enquanto isso, muitos refugiados sírios que vivem em países vizinhos, como o Líbano, começam a retornar à Síria, abraçando a queda do regime de Assad. Contudo, a comunidade internacional permanece cautelosa sobre os próximos passos e sobre a formação de um governo inclusivo que represente todos os sírios.
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