Seul, Coreia do Sul, 5 de dezembro de 2024, Yonhap News Agency – Partidos de oposição sul-coreanos submeteram uma moção de impeachment contra o presidente Yoon Suk-yeol nesta quarta-feira (4), após sua controversa tentativa de impor lei marcial no país. A medida surge como resposta à breve declaração de lei marcial feita por Yoon na terça-feira (3) à noite, que foi rapidamente revogada após intensa pressão política.
A moção, apresentada por seis partidos de oposição liderados pelo Partido Democrático, acusa Yoon de violar a constituição e cometer “um grave ato de rebelião” ao declarar lei marcial sem justificativa adequada. O documento argumenta que a ação do presidente constitui traição ao povo sul-coreano e fornece base sólida para seu impeachment.
O processo de impeachment na Coreia do Sul requer aprovação de dois terços dos 300 membros da Assembleia Nacional. Se aprovada, a moção resultará na suspensão imediata dos poderes presidenciais de Yoon, com o primeiro-ministro Han Duck-soo assumindo interinamente as responsabilidades presidenciais.
A crise política se intensificou após Yoon declarar abruptamente lei marcial, alegando a necessidade de “proteger a República livre da Coreia de ameaças das forças comunistas norte-coreanas”. A medida provocou cenas caóticas, com militares cercando o parlamento e legisladores lutando para acessar o prédio da Assembleia Nacional.
Em resposta à declaração de Yoon, 190 parlamentares conseguiram se reunir e votar unanimemente pela revogação da lei marcial, forçando o presidente a recuar apenas seis horas após sua implementação. A rápida reversão da medida, no entanto, não foi suficiente para acalmar a oposição, que agora busca a remoção de Yoon do cargo.
A tentativa de impor lei marcial também resultou em uma onda de renúncias no governo. Altos funcionários, incluindo o chefe de gabinete e o conselheiro de segurança nacional, ofereceram suas demissões. O ministro da Defesa, Kim Yong-hyun, também enfrenta pressão para renunciar, sendo apontado como responsável por recomendar a declaração de lei marcial a Yoon.
A crise política já está afetando a economia sul-coreana, com o won atingindo seu nível mais baixo em dois anos em relação ao dólar, e o principal índice da bolsa de valores, KOSPI, registrando uma queda significativa.
Manifestantes se reuniram em frente ao prédio da Assembleia Nacional, exigindo a renúncia imediata de Yoon. A situação permanece tensa, com a nação aguardando os próximos desenvolvimentos nesta crise política sem precedentes na história recente da Coreia do Sul.
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