TEL AVIV, Israel – 10 de dezembro de 2024 (Japan Standard Time) – Agência Associated Press – A recente queda do regime de Bashar al-Assad na Síria tem trazido incertezas para os países vizinhos, e Israel, em particular, se vê diante de desafios e oportunidades. Na segunda (9), o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou que a movimentação de tropas israelenses em uma zona desmilitarizada, entre a Síria e as Colinas Golã, foi uma medida necessária para garantir a segurança do país, após os soldados sírios abandonarem suas posições.
Israel, que ocupa as Colinas de Golã desde a guerra de 1967, havia concordado com um acordo de cessar-fogo mediado pela ONU em 1974, criando uma zona de separação entre os dois países. No entanto, com a queda do regime de Assad, Israel iniciou um movimento estratégico para ocupar a zona desmilitarizada, uma área de aproximadamente 400 km², dizendo que se tratava de uma ação temporária e defensiva.
“Recebemos informações de que a ONU alertou sobre a violação do acordo de 1974, mas a zona continua calma, e os observadores da ONU permanecem em seus postos”, declarou Stéphane Dujarric, porta-voz da entidade. A ação de Israel gerou uma série de críticas, com opositores acusando o governo israelense de aproveitar a situação caótica para expandir seu território na Síria.
O exército israelense justificou a movimentação, destacando a preocupação com a possibilidade de que a instabilidade síria se espalhasse para o território israelense. Além disso, há o temor de que o fim do regime de Assad permita que o Irã reforce seu apoio ao Hezbollah no Líbano, facilitando o tráfico de armas pela Síria. Por isso, Israel começou a atuar de forma mais assertiva na área, com ataques a instalações de armas químicas e mísseis de longo alcance na Síria, para impedir que caíssem em mãos inimigas.
Embora Israel tenha insistido que a ocupação é temporária, observadores internacionais levantam dúvidas sobre as intenções de longo prazo do país. Para alguns especialistas, a estratégia de Israel é uma resposta tática à dinâmica atual na Síria, que inclui o enfraquecimento do exército sírio e a potencial ascensão de facções pró-Irã em áreas vizinhas.
O governo israelense tem trabalhado para reforçar sua presença na região, buscando garantir que a situação não evolua para uma ameaça direta às suas fronteiras. Além disso, Israel busca se comunicar com grupos rebeldes sírios e outras facções, com o objetivo de impedir que as forças apoiadas pelo Irã recobrem território.
À medida que a situação continua a evoluir, a comunidade internacional observa atentamente as ações de Israel na região, preocupada com a possibilidade de que o país aproveite a vulnerabilidade da Síria para consolidar o controle sobre áreas disputadas e aumentar a pressão sobre o governo sírio enfraquecido.
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