Ucrânia usa mísseis ATACMS em ataque no território russo

Bryansk, Rússia, 20 de novembro de 2024, Reuters – A Ucrânia lançou mísseis ATACMS, fabricados nos Estados Unidos, em um ataque contra a região de Bryansk, na Rússia, marcando o primeiro uso desses armamentos de longo alcance desde o início do conflito. O ataque ocorreu na terça-feira (19), conforme relatado pelo Ministério da Defesa russo.

De acordo com as autoridades russas, seis mísseis foram disparados, dos quais cinco foram interceptados por sistemas de defesa aérea. Um dos mísseis restantes causou um incêndio em uma instalação militar, mas não houve relatos de feridos. A Ucrânia afirmou que o alvo do ataque foi um depósito de munições, resultando em 12 explosões.

Este uso dos mísseis ATACMS ocorre após a autorização do presidente dos EUA, Joe Biden, para que a Ucrânia utilize esses armamentos contra alvos dentro do território russo. A decisão foi interpretada como uma escalada significativa no conflito e gerou preocupações sobre a resposta da Rússia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, advertiu que essa ação poderia intensificar as tensões entre os EUA e a Rússia. Em setembro, o presidente Vladimir Putin havia alertado que ataques ucranianos com mísseis ocidentais poderiam ser vistos como uma declaração de guerra direta da OTAN contra a Rússia.

Analistas destacam que a utilização dos ATACMS pode permitir à Ucrânia atacar alvos estratégicos mais profundamente dentro da Rússia, como depósitos de combustível e infraestrutura militar. No entanto, alguns especialistas afirmam que a efetividade desses ataques pode ser limitada devido ao número reduzido de mísseis disponíveis.

O ataque também coincide com o aumento da presença militar norte-coreana na região de Kursk, onde cerca de 12 mil soldados foram enviados para apoiar as forças russas. A situação gera apreensão sobre uma possível escalada do conflito e suas repercussões na segurança regional.

A comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos desse novo capítulo no conflito ucraniano-russo, enquanto as tensões entre as potências nucleares continuam a crescer. As ações da Ucrânia podem mudar o curso da guerra ou levar a uma resposta militar mais agressiva por parte da Rússia nos próximos dias.