Tóquio, Japão, 3 de novembro de 2024 (NHK) – Um comitê da Organização das Nações Unidas aprovou uma resolução proposta pelo Japão que defende ações para alcançar um mundo livre de armas nucleares. O documento menciona o grupo Nihon Hidankyo, composto por sobreviventes das bombas atômicas, que recentemente recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Na sexta-feira (1), a Primeira Comissão da Assembleia Geral da ONU aprovou o projeto com 145 votos favoráveis, incluindo os Estados Unidos. Seis nações, entre elas Rússia, China e Coreia do Norte, votaram contra.
O Japão, único país a sofrer bombardeios atômicos, apresenta resoluções similares todos os anos desde 1994, buscando a eliminação das armas nucleares. Esta proposta foi aprovada pelo 31º ano consecutivo e expressa profunda preocupação com o que descreve como “retórica nuclear irresponsável”, em referência indireta a comentários de algumas lideranças, como o presidente russo Vladimir Putin, em meio à invasão da Ucrânia.
O documento insta todas as nações, especialmente aquelas que possuem armamento nuclear, a evitarem retóricas inflamadas sobre o uso dessas armas. A resolução também expressa preocupação com iniciativas de alguns países nucleares que visam aumentar e modernizar seus arsenais de maneira não transparente, e convoca esforços para reduzir e, eventualmente, eliminar todas as armas nucleares.
A resolução destaca o papel dos sobreviventes das bombas atômicas, que compartilham suas experiências com gerações mais jovens por meio de esforços de base. Entre esses sobreviventes estão membros da Nihon Hidankyo, que se dedicam a educar o público sobre as consequências devastadoras das armas nucleares.
O documento ainda incentiva visitas de líderes mundiais, jovens e outros interessados às cidades de Hiroshima e Nagasaki, a fim de conscientizar sobre os impactos do uso dessas armas. As forças americanas lançaram bombas atômicas nas duas cidades em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial.
O ministro das Relações Exteriores do Japão, Iwaya Takeshi, celebrou o apoio de várias nações, incluindo as potências nucleares EUA e Reino Unido, à resolução. Ele reafirmou o compromisso do Japão em fortalecer o engajamento internacional rumo a um mundo livre de armas nucleares, conduzindo esforços práticos e realistas para alcançar essa meta.
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