Morre Kazuo Umezu lenda do mangá de terror aos 88 anos

Tóquio, Japão, 6 de novembro de 2024, Kyodo News – O renomado artista de mangá Kazuo Umezu, conhecido como o “Deus do Mangá de Terror”, faleceu aos 88 anos no dia 28 de outubro. A notícia foi divulgada hoje pela editora Shogakukan, deixando fãs e a indústria do mangá em luto.

Nascido na prefeitura de Wakayama, no oeste do Japão, Umezu começou a desenhar quadrinhos ainda na infância. Sua estreia profissional ocorreu durante o ensino médio, com obras como “Mori no Kyodai”, baseada no conto de fadas “João e Maria”.

Umezu ganhou destaque na década de 1960 com suas obras de terror, como “Hebi Shojo” e “Orochi”, que exploravam os aspectos sombrios da natureza humana. Seu talento para o gênero lhe rendeu o apelido de “Deus do Mangá de Terror”.

Em 1972, lançou a série “Hyoryu Kyoshitsu” (A Sala de Aula à Deriva), que narra a história de um grupo de crianças transportadas junto com sua escola primária para um futuro devastado. A obra foi posteriormente adaptada para o cinema.

Além do terror, Umezu também se destacou na comédia com “Makoto-chan”, série que se tornou um fenômeno social. O gesto característico do protagonista, um menino do jardim de infância que dobrava os dedos médio e mindinho, virou marca registrada do próprio autor.

Conhecido por sua personalidade alegre, Umezu tornou-se uma figura popular na televisão japonesa, sempre usando sua icônica camisa listrada em vermelho e branco. Sua versatilidade o levou a se aventurar também na música.

Em 2018, recebeu o prêmio Heritage no Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême, na França, por “Watashi wa Shingo” (Meu Nome é Shingo), obra considerada digna de ser transmitida à posteridade.

Mesmo após se afastar do mangá devido a problemas de saúde, Umezu manteve sua paixão pela arte. Em 2022, aos 86 anos, surpreendeu o público com uma série de 101 pinturas, seu primeiro trabalho em 27 anos.

O legado de Kazuo Umezu transcende gerações, influenciando artistas e encantando leitores com sua imaginação única e capacidade de transitar entre o terror e o humor. Sua contribuição para o mangá japonês e para a cultura pop é inestimável, e sua memória continuará viva através de suas obras atemporais.