Lucros corporativos japoneses desaceleram no semestre

Tóquio, Japão, 17 de novembro de 2024, Kyodo News – As grandes empresas japonesas registraram um aumento nos lucros líquidos no primeiro semestre do ano fiscal, impulsionadas pelo iene fraco, mas o ritmo de crescimento foi mais lento em comparação com o ano anterior. Segundo dados da SMBC Nikko Securities, o lucro líquido combinado de mais de 1.400 grandes empresas listadas atingiu 24,6 trilhões de ienes (cerca de 160 bilhões de dólares) nos seis meses até setembro, um aumento de 8,5% em relação ao ano anterior.

Embora positivo, este crescimento ficou abaixo da taxa de 10,7% registrada no mesmo período do ano passado. A análise abrange empresas que divulgaram seus resultados até quinta-feira (16), principalmente da antiga primeira seção da Bolsa de Valores de Tóquio.

Mais da metade das empresas apresentou aumento no lucro líquido. As empresas de transporte marítimo se beneficiaram de taxas mais altas para navios porta-contêineres, enquanto fabricantes de maquinário e equipamentos eletrônicos registraram lucros maiores devido à crescente demanda por semicondutores.

Por outro lado, cerca de 40% das empresas viram seus lucros líquidos diminuírem, com aproximadamente 10% operando no vermelho. Fabricantes do setor de transportes e siderúrgicas relataram lucros menores, afetados pela desaceleração econômica na China e em outros mercados. A suspensão da produção de montadoras devido a uma investigação sobre manipulação de dados de testes também impactou negativamente os resultados.

Hikaru Yasuda, estrategista-chefe de ações da SMBC Nikko Securities, comentou: “Se o iene permanecer fraco, a tendência de alta nos lucros líquidos provavelmente continuará”. No entanto, ele alertou que as empresas japonesas podem enfrentar ventos contrários devido às políticas comerciais do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, incluindo possíveis aumentos de tarifas.

Esta desaceleração no crescimento dos lucros corporativos japoneses reflete os desafios enfrentados pela segunda maior economia da Ásia, que luta para manter o ímpeto em meio a incertezas globais e mudanças nas dinâmicas comerciais internacionais.