Empresas japonesas avaliam alternativas às tarifas de Trump

Osaka, Japão, 28 de novembro de 2024 (Reuters) – A decisão do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 25% sobre todos os produtos importados do México gerou reações imediatas entre empresas japonesas com plantas de produção no país vizinho. Entre elas, a fabricante de ar-condicionados Daikin Industries anunciou que pode redirecionar sua produção mexicana para mercados fora dos EUA.

As fábricas da Daikin no México têm como principal destino de exportação o mercado americano. Mas, após o anúncio de Trump, o presidente da empresa, Togawa Masanori, afirmou que a companhia está considerando transferir suas linhas de produção para atender aos mercados sul-americanos, como uma alternativa frente ao impacto das tarifas.

Além disso, a Daikin revelou que está formando uma joint venture com a Copeland, uma fabricante de equipamentos de refrigeração e ar-condicionado dos EUA, para produzir e vender compressores eficientes em termos de energia no mercado norte-americano. As duas empresas também estão discutindo a construção de uma planta de produção nos Estados Unidos.

Outro grande nome da indústria japonesa, a Mitsubishi Electric, também está avaliando as consequências do possível aumento de tarifas. O presidente e CEO da empresa, Uruma Kei, reconheceu que a implementação das tarifas pode afetar diretamente a companhia, uma vez que suas fábricas no México produzem itens como elevadores e ar-condicionados destinados à exportação para os EUA.

Uruma enfatizou que, apesar das dificuldades para transferir a produção para os Estados Unidos imediatamente, a Mitsubishi está considerando contramedidas para mitigar o impacto das novas tarifas, equilibrando custos e a competição de preços no mercado americano.

Esses movimentos refletem a crescente preocupação de empresas japonesas com a política comercial de Trump, especialmente no que diz respeito à produção no México, um ponto estratégico de exportação para os Estados Unidos.