Manila, Filipinas, 14 de novembro de 2024, Associated Press – O ex-presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, admitiu nesta quarta-feira (13) ter matado pessoalmente quatro suspeitos durante sua controversa campanha contra as drogas. A revelação bombástica ocorreu durante uma audiência no Congresso filipino, que investiga as mortes ocorridas durante a chamada “guerra às drogas”.
Duterte, que liderou uma repressão implacável ao narcotráfico durante seu mandato, afirmou que os assassinatos ocorreram antes de ele se tornar presidente, ao invadir um esconderijo de um grupo criminoso ligado às drogas. O governo filipino estima que mais de 6.000 pessoas foram mortas na campanha, embora familiares das vítimas aleguem que o Estado realizou execuções extrajudiciais.
Em um desafio direto ao Tribunal Penal Internacional (TPI), Duterte declarou: “Quero que o TPI comece a investigação amanhã”, acrescentando que a questão está pendente há muitos anos. As Filipinas se retiraram do TPI durante o mandato de Duterte, em uma tentativa de evitar investigações internacionais.
Em resposta às declarações de Duterte, o Secretário Executivo filipino, Lucas Bersamin, emitiu um comunicado indicando que, se o TPI encaminhar o caso à Interpol e colocar Duterte na lista de procurados, as autoridades filipinas serão obrigadas a cooperar. Esta é a primeira vez que o governo filipino demonstra disposição em colaborar com uma investigação do TPI sobre o assunto.
A admissão de Duterte e a aparente mudança de postura do governo atual em relação ao TPI marcam um ponto de virada significativo na controversa história da guerra às drogas nas Filipinas. Esses desenvolvimentos podem abrir caminho para uma investigação internacional mais aprofundada e potenciais consequências legais para os envolvidos nas violações de direitos humanos durante a campanha antidrogas.
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