Taiwan reafirma independência e provoca reação chinesa.

Taipe, Taiwan, 11 de outubro de 2024 – Agência de Notícias Kyodo – O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, declarou nesta quinta-feira (10) que “a República Popular da China não tem o direito de representar Taiwan”, reafirmando a posição de independência da ilha. A declaração foi feita durante seu discurso na cerimônia do Dia Duplo Dez, considerado o dia nacional de Taiwan.

Lai enfatizou que “a República da China e a República Popular da China não são subordinadas uma à outra”, reiterando a visão de que Taiwan é distinta da China. Ele afirmou que sua missão é “manter o compromisso de resistir à anexação ou à invasão de nossa soberania”.

Apesar do tom assertivo, o presidente taiwanês expressou a intenção de buscar diálogo e trocas com a China em pé de igualdade. Lai manifestou esperança de que Pequim responda às expectativas internacionais, exercendo sua influência para trabalhar com outros países no fim da invasão russa à Ucrânia e dos conflitos no Oriente Médio.

Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, criticou duramente o discurso de Lai. Ela reafirmou que Taiwan é parte inalienável do território chinês e que a República Popular da China é o único governo legítimo representando toda a China.

Mao declarou que o fluxo histórico de eventual unificação da China não pode ser interrompido, independentemente do que a administração de Lai diga ou faça. A porta-voz também afirmou que Taiwan nunca foi e nunca será um país, não possuindo “a chamada soberania”.

A tensão entre Taiwan e China tem aumentado desde que Lai assumiu o cargo em maio, com Pequim intensificando a pressão militar através de exercícios ao redor da ilha. O discurso de Lai e a reação chinesa evidenciam o delicado equilíbrio nas relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan, com implicações potenciais para a estabilidade regional.