Bangcoc, Tailândia, 29 de outubro de 2024 – Agência de Notícias Reuters – Vinte anos após o trágico incidente conhecido como Massacre de Tak Bai, que resultou na morte de 85 pessoas no sul da Tailândia, o prazo para acusações criminais expirou nesta sexta-feira (25), sem que nenhum suspeito fosse preso ou julgado.
O massacre ocorreu em 25 de outubro de 2004, após um confronto mortal entre forças de segurança e manifestantes muçulmanos na província de Narathiwat, na fronteira com a Malásia. A maioria das vítimas teria morrido por sufocamento enquanto era transportada em caminhões militares tailandeses.
Na segunda-feira (21), o tribunal provincial anunciou o fim dos procedimentos judiciais. As famílias das vítimas haviam entrado com processos contra ex-altos funcionários de segurança e outros envolvidos em abril deste ano. No entanto, a investigação chegou a um impasse, pois alguns suspeitos supostamente estão no exterior.
A prescrição do caso levanta preocupações sobre possíveis ameaças à segurança pública na região. Recentemente, explosões visando autoridades de segurança ocorreram no sul do país, uma área já marcada por conflitos separatistas.
O incidente de Tak Bai tem sido um ponto de tensão nas relações entre o governo tailandês e a minoria muçulmana no sul do país. A falta de responsabilização pelos eventos daquele dia tem alimentado sentimentos de injustiça e marginalização entre a população local.
A primeira-ministra Paetongtarn Shinawatra pediu desculpas publicamente na quinta-feira (24) em nome do governo às vítimas e suas famílias. No entanto, ela afirmou que a constituição não permite ao governo estender o prazo de prescrição, como alguns acadêmicos haviam sugerido.
Especialistas temem que a impunidade neste caso possa desencadear uma nova onda de violência no sul da Tailândia, onde mais de 7.000 pessoas morreram em conflitos relacionados desde 2004. A incapacidade de levar os responsáveis à justiça pode servir como uma ferramenta de recrutamento poderosa para grupos armados na região.
O caso do Massacre de Tak Bai permanece como um símbolo doloroso da luta contínua por justiça e reconciliação no sul da Tailândia, destacando os desafios persistentes que o país enfrenta em lidar com seu passado turbulento e construir um futuro mais inclusivo para todas as suas comunidades.
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