Disputa por maioria no parlamento japonês se intensifica.

Tóquio, Japão, 30 de outubro de 2024 (Agência de Notícias Kyodo) – Após as recentes eleições legislativas no Japão, os partidos políticos iniciaram uma acirrada disputa para conquistar a maioria na Dieta, o parlamento japonês. O resultado das eleições de domingo (27) enfraqueceu a coalizão governista formada pelo Partido Liberal Democrático (PLD) e o Komeito, que perdeu mais de 60 cadeiras, ficando sem maioria na Câmara Baixa.

O primeiro-ministro Ishiba Shigeru, líder do PLD, afirmou que pretende manter seu cargo e continuar à frente da coalizão governista. Segundo ele, a política nacional não pode parar “nem por um instante”, e seu objetivo é cumprir com as responsabilidades de seu mandato. O PLD, até o momento, não sinalizou a intenção de expandir a coalizão, optando por buscar apoio da oposição caso a caso.

Nos bastidores, o PLD já iniciou negociações com partidos opositores para assegurar a reeleição de Ishiba como primeiro-ministro durante a sessão especial da Dieta, prevista para meados de novembro. Esse cronograma foi ajustado levando em consideração compromissos diplomáticos do país.

Por outro lado, o Partido Constitucional Democrático, maior partido de oposição, ganhou 50 cadeiras e trabalha para unir forças contra a coalizão governista. Seu líder, Noda Yoshihiko, declarou que está comprometido em fortalecer a oposição e formar uma equipe capaz de se opor à administração de Ishiba.

Outro partido que se destacou na eleição foi o Partido Democrático do Povo, que quadruplicou sua presença na Câmara Baixa, passando a 28 cadeiras. O líder do partido, Tamaki Yuichiro, revelou que foi procurado por um representante do PLD para discutir o voto na eleição do primeiro-ministro. Tamaki afirmou que seu partido está aberto a apoiar o líder de outra legenda caso isso contribua para a implementação das políticas que prometeram durante a campanha eleitoral.

A disputa por maioria na Dieta reflete uma reconfiguração política no Japão, que pode impactar o rumo das políticas internas e internacionais do país nos próximos anos.