Coreia do Sul repercute derrota do partido governista japonês.

Seul, Coreia do Sul, 29 de outubro de 2024 – Agência de Notícias Yonhap – A derrota do Partido Liberal Democrático (LDP) nas eleições japonesas de domingo (27) gerou extensa cobertura e análises na mídia sul-coreana sobre as implicações para o futuro político do Japão e suas relações internacionais.

A emissora pública KBS destacou que o LDP, junto com seu parceiro de coalizão, não conseguiu assegurar a maioria na câmara baixa, considerado o parâmetro para uma vitória eleitoral. A emissora caracterizou o resultado como um “golpe sério” para o partido, que mantinha maioria própria desde o segundo governo de Shinzo Abe.

O jornal Chosun Ilbo reportou que “nuvens escuras” pairam sobre o futuro do governo de Shigeru Ishiba, que está no cargo há menos de um mês. O periódico também apontou que as propostas de emendas constitucionais, favorecidas por um grupo de políticos do LDP, enfrentarão dificuldades devido à falta de números para apresentar uma moção de mudança.

A Agência de Notícias Yonhap ressaltou que a derrota torna difícil para Ishiba promover políticas próprias, como o estabelecimento de uma versão asiática da OTAN.

Enquanto isso, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, evitou comentar diretamente sobre os assuntos internos do Japão, mas expressou esperança de que o lado japonês trabalhe para avançar uma relação bilateral construtiva e estável.

A mídia chinesa, por sua vez, destacou que questões de política e dinheiro afetaram significativamente os resultados eleitorais japoneses. Um comentário veiculado pela televisão estatal chinesa alertou para a necessidade de monitorar se Ishiba adotará medidas mais radicais em política externa sob influência de políticos conservadores ou populistas.

Esta cobertura intensa reflete a importância das eleições japonesas para a dinâmica geopolítica regional, com Coreia do Sul e China atentas às possíveis mudanças na política externa japonesa e seus impactos nas relações bilaterais e multilaterais na Ásia.