Díli, Timor-Leste, 1 de setembro de 2024 – Agência de Notícias Tatoli – Timor-Leste celebrou ontem o 25º aniversário do referendo histórico que garantiu sua independência do domínio indonésio. A consulta popular, realizada em 30 de agosto de 1999 com o apoio das Nações Unidas, resultou em quase 80% dos votos a favor da independência, pondo fim a 24 anos de ocupação indonésia.
Uma cerimônia solene foi realizada na capital, Díli, com a presença do Secretário-Geral da ONU, António Guterres. O primeiro-ministro Xanana Gusmão, líder histórico do movimento de independência, relembrou os anos de luta e fez um apelo emocionado à juventude timorense.
“Peço aos jovens que continuem caminhando ao lado do governo e ajudando-o. Sirvam ao país e ao povo”, declarou Gusmão, enfatizando a importância da participação das novas gerações na construção contínua da nação.
A celebração, no entanto, também trouxe à tona memórias dolorosas. Uma pesquisa conduzida por uma comissão independente da verdade revelou que, em 1999, ocorreram cerca de 15.000 casos de violência, incluindo assassinatos de civis, perpetrados por militares e policiais indonésios, bem como por milícias anti-independência.
Uma moradora de Díli, na casa dos 50 anos, compartilhou suas lembranças daquele período turbulento: “Fiquei apavorada quando meu marido foi ameaçado por um grupo de militantes armados. Hoje, podemos dizer que conquistamos nossa independência e liberdade, mas as cicatrizes ainda permanecem.”
O presidente José Ramos Horta, em entrevista à ONU News, ressaltou que a vitória de Timor-Leste foi principalmente diplomática e política, envolvendo a preservação da identidade cultural e a pressão internacional.
António Guterres, que era primeiro-ministro de Portugal em 1999, foi condecorado com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste e recebeu a nacionalidade timorense em reconhecimento ao seu papel nos esforços diplomáticos que conduziram à realização do referendo.
Apesar dos desafios que ainda enfrenta, Timor-Leste comemora não apenas sua independência, mas também a coragem e determinação de seu povo, que enfrentou adversidades imensas para conquistar o direito à autodeterminação.
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