Naha, Okinawa, Japão, 7 de setembro de 2024 – Rádio Shiga – A recente onda de crimes sexuais cometidos por militares norte-americanos em Okinawa expõe, mais uma vez, as profundas falhas no acordo de segurança entre Japão e Estados Unidos. A indignação da população local, expressa em protestos e na postura firme do governador Tamaki Denny, não pode mais ser ignorada por Tóquio e Washington.
A presença militar americana em Okinawa, que abriga 70% das instalações dos EUA no Japão, há muito tempo é fonte de tensão. Os repetidos casos de agressão sexual não apenas violam os direitos humanos das vítimas, mas também corroem a confiança da comunidade local na aliança de segurança bilateral.
O sistema de compartilhamento de informações implementado em julho é um passo na direção certa, mas está longe de ser suficiente. A falta de transparência e a percepção de impunidade dos agressores alimentam um sentimento de injustiça entre os habitantes de Okinawa.
É imperativo que ambos os governos revisem os termos do acordo de status das forças (SOFA) para garantir uma investigação adequada e punição dos criminosos. A jurisdição sobre esses casos deve ser claramente definida, priorizando a justiça para as vítimas e a segurança da comunidade local.
Além disso, medidas preventivas mais rigorosas devem ser implementadas nas bases militares, incluindo treinamento obrigatório sobre respeito cultural e conscientização sobre consentimento. A presença militar não pode ser sinônimo de ameaça à segurança dos civis que deveria proteger.
O governo japonês tem a responsabilidade de proteger seus cidadãos, inclusive aqueles em Okinawa. É hora de Tóquio adotar uma postura mais assertiva nas negociações com Washington, priorizando o bem-estar e a segurança de sua população sobre considerações geopolíticas.
A continuidade desses crimes mina não apenas a aliança Japão-EUA, mas também a estabilidade regional que essa presença militar supostamente deveria garantir. Uma revisão abrangente e transparente do acordo de segurança é necessária para restaurar a confiança e garantir que a presença militar estrangeira não venha às custas da dignidade e segurança dos habitantes de Okinawa.
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