Yangon, Myanmar, 28 de setembro de 2024 – Agência de Notícias Myanmar Now – A junta militar de Myanmar fez um apelo surpreendente às forças pró-democracia na quinta-feira (26), pedindo que deponham suas armas e resolvam questões políticas através de uma eleição prevista para o próximo ano. No entanto, a oposição armada rejeitou prontamente o chamado, afirmando que os militares não têm autoridade para realizar uma votação.
O comunicado militar, veiculado pela televisão estatal, anunciou preparativos para um censo nacional a partir da próxima semana, visando as eleições gerais. Contudo, um porta-voz do Governo de Unidade Nacional, que lidera a resistência, declarou que a proposta da junta “não vale a pena ser considerada”.
O professor associado Dulyapak Preecharush, especialista em Myanmar da Universidade Thammasat, sugere que a pressão crescente da China pode estar por trás desta proposta da junta. “A China aumentou seu apoio ao governo de Myanmar. Podemos ver que Pequim está tentando pressionar várias partes a negociar, desde que seus interesses sejam protegidos”, afirmou Preecharush.
Este apelo ao diálogo ocorre em um momento de intenso conflito no país. Desde o golpe militar de 2021, mais de 5.000 civis morreram devido à repressão militar e ataques aéreos, segundo relatório da ONU. A junta enfrenta uma resistência crescente, com perdas significativas em várias regiões do país para milícias étnicas e forças de defesa popular.
A proposta da junta militar é vista com ceticismo por muitos observadores. Críticos argumentam que eleições genuinamente livres e justas são impossíveis sob o atual regime militar, e que a oferta de diálogo pode ser uma tentativa de ganhar legitimidade internacional enquanto continua a reprimir a oposição.
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