Tóquio, Japão, 15 de setembro de 2024 – Agência de Notícias NHK – Um documento de mais de seis décadas atrás, obtido pela NHK, elogia os Estados Unidos e o Japão pelo manejo de um incidente pouco conhecido de exposição à radiação envolvendo dois navios da Guarda Costeira japonesa.
Richard Snyder, secretário da Embaixada dos EUA em Tóquio, escreveu o documento dois meses após o incidente ocorrido em julho de 1958. Os navios Takuyo e Satsuma foram expostos à radiação de um teste de bomba de hidrogênio dos EUA no Atol de Bikini enquanto navegavam no Pacífico.
O engenheiro-chefe do Takuyo, Nagano Hirokichi, faleceu de leucemia um ano depois. Contudo, especialistas concluíram que a quantidade de radiação à qual ele foi exposto era tão mínima que era difícil relacioná-la à sua morte.
Snyder destacou que os EUA não menosprezaram a alegação de exposição à radiação e enviaram médicos a Rabaul, na Papua Nova Guiné. Ele observou que o Japão considerou essa ação como evidência de que os EUA se preocupavam com a tripulação.
O diplomata também notou que o Japão tentou evitar confrontos com os EUA mesmo antes da conclusão da investigação sobre o incidente. Em sua opinião, os japoneses tinham visões arraigadas de que os testes nucleares dos EUA eram desagradáveis e potencialmente prejudiciais, mas pareciam pensar que tais testes eram inevitáveis.
Snyder acrescentou que os japoneses chegaram a acreditar que seus protestos contra os EUA não tinham impacto algum e, ao invés disso, tinham um efeito indesejável nas relações bilaterais.
A professora Moriguchi Yuka, da Universidade de Kyoto, destaca a importância do documento por revelar como o governo dos EUA analisou o incidente. Ela observa que os dois países divulgaram informações de forma tática para evitar sua ampla disseminação, conseguindo minimizar a seriedade do incidente. Essa manipulação da informação, segundo ela, fez com que o caso desaparecesse da atenção pública.
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