Kolkata, Bengala Ocidental, Índia, 29 de agosto de 2024 – Agência de Notícias Press Trust of India – Protestos em larga escala eclodiram na Índia após o estupro e assassinato de uma médica estagiária no estado de Bengala Ocidental no início deste mês. Os manifestantes entraram em confronto com a polícia, exigindo justiça para a vítima e proteção contra a violência para todas as mulheres.
Na terça-feira (27), a polícia bloqueou estradas na capital estadual Kolkata, usando gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar os manifestantes. A brutalidade do caso chocou o país, com o corpo da médica de 31 anos sendo encontrado em um hospital de Kolkata em 9 de agosto, onde ela aparentemente descansava durante seu turno.
A autópsia confirmou o estupro, e um homem de 33 anos, voluntário da polícia, foi preso sob suspeita de assassinato e agressão sexual. A indignação se intensificou quando se revelou que o governo estadual teria conduzido as investigações de forma inadequada.
Os protestos se espalharam por todo o país, levando mulheres e profissionais de saúde em várias cidades, incluindo a capital Nova Delhi, às ruas. As demandas incluem a proteção das mulheres e a garantia de um ambiente de trabalho seguro para os profissionais de saúde.
“Hospitais deveriam ser santuários, respeitados como lugares sagrados. Quando visto meu jaleco branco para ajudar os outros, espero ter minha segurança garantida”, declarou a Dra. Kamna Kakkar, médica residente em Delhi.
Este caso reacendeu o debate sobre a segurança das mulheres na Índia, especialmente no local de trabalho. Apesar do endurecimento das penas contra agressões sexuais após um caso notório em 2012, a violência sexual contra mulheres permanece um problema grave no país.
A Associação Médica Indiana, representando mais de 360.000 membros, convocou uma greve nacional em 16 de agosto, reivindicando ambientes mais seguros para mulheres na área médica. O caso também chegou à Suprema Corte da Índia, que ordenou a criação de uma força-tarefa nacional para avaliar a segurança no local de trabalho para profissionais de saúde.
Estes eventos destacam a urgência de medidas efetivas para combater a violência de gênero na Índia, onde cerca de uma em cada três mulheres relata ter sofrido alguma forma de violência, segundo pesquisa nacional de saúde.
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