Ottawa, Canadá, 28 de agosto de 2024 – Agência de Notícias Canadian Press – O governo canadense anunciou nesta segunda-feira (26) a imposição de uma tarifa de 100% sobre a importação de veículos elétricos provenientes da China, alinhando-se a medidas similares adotadas por outros países ocidentais. A decisão, que entrará em vigor em outubro, representa um aumento significativo em relação à tarifa atual de 6,1%.
O primeiro-ministro Justin Trudeau justificou a medida afirmando que “atores como a China optaram por conceder a si mesmos uma vantagem injusta no mercado global, comprometendo a segurança de nossas indústrias críticas e deslocando dedicados trabalhadores canadenses dos setores automotivo e metalúrgico”.
Além da tarifa sobre veículos elétricos, o Canadá também implementará uma taxa de 25% sobre importações de aço e alumínio chineses. Estas ações são parte de uma estratégia mais ampla para proteger a indústria local e combater o que o governo considera práticas comerciais desleais por parte da China.
A decisão canadense segue uma tendência global de endurecimento contra o que é percebido como subsídios excessivos do governo chinês à sua indústria de veículos elétricos. Em maio, os Estados Unidos introduziram uma tarifa de 100% sobre carros elétricos chineses, enquanto a União Europeia planeja impor taxas de até 36,3%.
O impacto imediato desta medida no mercado canadense pode ser limitado, já que atualmente apenas veículos Tesla fabricados na China são importados para o país. No entanto, a decisão sinaliza uma postura mais assertiva do Canadá em relação ao comércio com a China e pode ter implicações significativas para futuros acordos comerciais e relações diplomáticas entre os dois países.
A embaixada chinesa no Canadá criticou a decisão, classificando-a como “protecionista” e argumentando que viola as regras da Organização Mundial do Comércio. O governo chinês afirma que o rápido desenvolvimento de sua indústria de veículos elétricos é resultado de inovação tecnológica e competição de mercado, e não de subsídios governamentais.
Esta medida reflete a crescente tensão nas relações comerciais globais, especialmente no setor de tecnologias verdes, onde a China tem assumido uma posição de liderança. O Canadá, assim como outros países ocidentais, busca equilibrar a competitividade de sua indústria doméstica com os desafios apresentados pela rápida expansão da indústria automotiva chinesa no mercado global de veículos elétricos.
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