Paris, França, 12 de agosto de 2024 (Agência de Notícias France Press) – A boxeadora argelina Imane Khelif, no centro de uma controvérsia de gênero nos Jogos Olímpicos de Paris, apresentou uma queixa legal na França devido a abusos online. Khelif conquistou a medalha de ouro na categoria feminina de 66 quilos na sexta-feira (9), mas enfrentou alegações nas redes sociais de que seria um homem, após a Associação Internacional de Boxe a desqualificar do campeonato mundial no ano passado.
O Comitê Olímpico Internacional (COI) reiterou que não há problemas com a participação de Khelif nos Jogos de Paris. Em uma coletiva de imprensa após sua vitória, Khelif afirmou que nasceu e vive como mulher.
O advogado de Khelif, Nabil Boudi, declarou que a investigação buscará identificar os responsáveis pela campanha discriminatória contra a atleta. “A injusta perseguição sofrida pela campeã de boxe será a maior mancha destes Jogos Olímpicos”, afirmou Boudi.
Khelif, que também competiu nas Olimpíadas de Tóquio 2020, é a primeira mulher argelina a conquistar uma medalha de ouro no boxe, sendo apenas a segunda medalhista de ouro do país na modalidade. A vitória foi celebrada em toda a Argélia, onde a luta foi transmitida em praças públicas, e Khelif foi aclamada como heroína nacional.
A boxeadora transformou as críticas em motivação, afirmando que sua dignidade e honra estão acima de tudo. “Estamos nas Olimpíadas para competir como atletas, e espero que não vejamos ataques semelhantes em futuros Jogos Olímpicos”, disse Khelif.
A polêmica em torno de Khelif destaca as mudanças nas atitudes em relação à identidade de gênero e às regulamentações esportivas, com o COI defendendo seu direito de competir e classificando as críticas como discurso de ódio.
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