Japão: mortes pós-desastre preocupam após terremoto Noto.

Kanazawa, Ishikawa, Japão, 1 de julho de 2024 – Agência Kyodo News – Seis meses após o devastador terremoto que atingiu a Península de Noto, na província de Ishikawa e áreas próximas no centro do Japão, autoridades temem um aumento no número de mortes relacionadas ao pós-desastre.

O sismo de magnitude 7,6 deixou 281 mortos e três desaparecidos na província. Entre as vítimas fatais, 52 faleceram devido a causas pós-desastre, incluindo fadiga e estresse psicológico.

Especialistas alertam que mais mortes podem ocorrer, já que muitos residentes que perderam suas casas no terremoto não têm escolha senão viver em abrigos temporários. Eles pedem que governos locais e grupos do setor privado trabalhem juntos para fornecer apoio minucioso aos evacuados, como monitoramento do estilo de vida e serviços de enfermagem.

A reconstrução também enfrenta desafios. Das 22.000 edificações que precisam ser demolidas e terem os escombros removidos, apenas 4% (cerca de 900) tiveram o processo concluído. Além disso, há uma enorme demanda reprimida por reparos em residências danificadas pelo terremoto.

Um estudo revelou que o sismo de Ano Novo desencadeou o fenômeno de liquefação em muitos locais. Shigeki Senna, do Instituto Nacional de Pesquisa em Ciências da Terra e Resiliência a Desastres, identificou 2.114 blocos de 250 metros quadrados afetados pela liquefação em 34 municípios das prefeituras de Ishikawa, Fukui, Toyama e Niigata.

Senna explicou que a liquefação foi observada em áreas extensas devido à presença de praias, terrenos recuperados e outros tipos de solo com níveis de água subterrânea mais altos que o normal. O pesquisador também destacou que o terremoto causou fortes movimentos do solo por aproximadamente 40 segundos.

À medida que a região continua sua lenta recuperação, as autoridades enfrentam o desafio duplo de reconstruir a infraestrutura física e cuidar da saúde mental e física dos sobreviventes.