Protestos estudantis em Bangladesh deixam 25 mortos.

Daca, Bangladesh, 20 de julho de 2024 – Agência de Notícias de Bangladesh (BSS) – Bangladesh enfrenta uma onda de protestos estudantis contra o sistema de cotas em empregos públicos, resultando em confrontos violentos que já deixaram pelo menos 25 mortos e mais de 2.000 feridos, segundo a mídia local. As manifestações, que se intensificaram nos últimos dias, refletem a crescente insatisfação dos jovens com o alto desemprego e as políticas de contratação do governo.

Os manifestantes exigem o fim do sistema de cotas que reserva até 30% dos cargos públicos para parentes de veteranos que lutaram na guerra de independência de Bangladesh em 1971. Essa política, embora tenha raízes históricas, tem gerado frustração entre os jovens que enfrentam dificuldades para ingressar no mercado de trabalho.

Em 2018, o governo havia suspendido as cotas após protestos massivos de estudantes. No entanto, no mês passado, a Suprema Corte do país anulou essa decisão e reintegrou o sistema de cotas, desencadeando a atual onda de protestos.

Desde terça-feira (16), confrontos violentos entre manifestantes e policiais armados têm ocorrido em várias partes do país. Na quinta-feira (18), a polícia usou gás lacrimogêneo contra manifestantes que bloqueavam uma estrada na capital, Daca. Nesse dia, 19 pessoas perderam a vida, de acordo com relatos da mídia local.

Em resposta à escalada dos protestos, as autoridades decidiram fechar temporariamente as escolas em todo o país, numa tentativa de conter a propagação das manifestações e evitar mais confrontos.

A situação em Bangladesh destaca a crescente tensão entre as políticas governamentais e as aspirações da juventude do país. O alto desemprego entre os jovens tem sido um fator crucial para alimentar o descontentamento com o sistema de cotas, visto por muitos como um obstáculo injusto às suas oportunidades de carreira.

As autoridades bangladesas enfrentam agora o desafio de equilibrar o respeito à história do país e aos veteranos de guerra com as necessidades e demandas da geração mais jovem. Enquanto isso, a comunidade internacional observa com preocupação o desenrolar dos eventos, esperando uma resolução pacífica para o conflito.