Doha, Catar, 03 de julho de 2024 – Agência de Notícias Reuters – A Organização das Nações Unidas (ONU) realizou uma reunião a portas fechadas na terça-feira (2) para ouvir mulheres afegãs sobre sua situação no país. O encontro ocorreu um dia após o encerramento de uma conferência liderada pela ONU sobre o Afeganistão em Doha, Catar, da qual nenhuma mulher afegã participou.
A reunião contou com a presença de delegados da comunidade internacional responsáveis por questões afegãs, além de mulheres afegãs e ativistas da sociedade civil. O evento foi organizado em resposta às críticas sobre a ausência de representação feminina na conferência principal, que teve a participação de oficiais do Talibã.
Desde que retornou ao poder em 2021, o Talibã impôs severas restrições aos direitos das mulheres e meninas no Afeganistão. A conferência de dois dias que se encerrou na segunda-feira (1) foi a primeira do tipo a contar com a presença de oficiais talibãs. No entanto, nenhuma mulher afegã pôde participar devido à recusa do Talibã em permitir representantes além deles próprios.
Algumas ativistas convidadas para a reunião de terça-feira (2) optaram por não participar. Uma delas declarou: “As mulheres afegãs merecem estar na mesa principal de negociações.”
Apesar disso, a Subsecretária-Geral da ONU, Rosemary DiCarlo, afirmou que a reunião de terça-feira (2) faz parte de um diálogo de longo prazo. Antes do encontro, ela disse: “Temos outras pessoas que participarão. Vamos nos envolver, ouvir suas opiniões, compartilhar nossas visões sobre como pensamos que podemos ajudar no futuro e trabalhar juntos.”
A atenção agora se volta para como a ONU gerenciará o diálogo sobre o futuro do país, mantendo comunicação tanto com as mulheres afegãs quanto com o Talibã, que tem restringido seus direitos. O desafio é equilibrar a necessidade de engajamento com o regime talibã e a urgência de defender os direitos humanos, especialmente os das mulheres e meninas afegãs.
Esta situação destaca a complexidade dos esforços internacionais para promover os direitos das mulheres no Afeganistão, enquanto se busca um diálogo construtivo com as autoridades atuais do país. A comunidade internacional continua pressionando por maior inclusão e respeito aos direitos humanos, em um cenário político e social desafiador.
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