Genebra, Suíça, 18 de julho de 2024 – Agência de Notícias Reuters – O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) divulgou nesta terça-feira (16) um relatório alarmante sobre o uso generalizado de trabalho forçado na Coreia do Norte. O documento, baseado em diversas fontes, incluindo entrevistas com 183 desertores norte-coreanos para a Coreia do Sul entre 2015 e 2023, revela que essa prática se tornou profundamente institucionalizada no país.
De acordo com o relatório, todos os cidadãos norte-coreanos são designados para um local de trabalho pelo Estado após concluírem a escola ou o serviço militar, sem terem a liberdade de escolher onde viver ou trabalhar. Em casos mais extremos, especialmente nas prisões, a exploração do trabalho forçado pode atingir níveis de “propriedade” efetiva sobre os indivíduos, caracterizando crime contra a humanidade.
O documento traz relatos chocantes de abusos, como trabalhadores de fábricas que não cumpriam as cotas diárias sendo espancados e tendo sua alimentação reduzida. Mulheres que tentaram desertar e foram repatriadas relataram ter sofrido abusos sexuais durante a detenção. O relatório também destaca que até crianças em idade escolar são frequentemente forçadas a realizar tarefas como limpeza de margens de rios ou plantio de árvores.
O ACNUDH faz um apelo ao governo norte-coreano para abolir o uso de trabalho forçado e encerrar todas as formas de escravidão. Além disso, convoca a comunidade internacional a ajudar a Coreia do Norte a acabar com essa prática, monitorando rigorosamente as cadeias de suprimentos do país.
O relatório também recomenda que o Conselho de Segurança da ONU encaminhe a situação ao Tribunal Penal Internacional, enfatizando a gravidade das violações de direitos humanos observadas.
Em resposta ao relatório, o Secretário-Chefe do Gabinete do Japão, Yoshimasa Hayashi, afirmou que o documento está alinhado com as preocupações da comunidade internacional sobre os direitos humanos na Coreia do Norte. Hayashi garantiu que o governo japonês continuará coordenando estreitamente com a comunidade internacional, incluindo o escritório de direitos humanos da ONU, para melhorar a situação.
Este relatório lança luz sobre uma das questões mais preocupantes de direitos humanos na Coreia do Norte, destacando a necessidade urgente de ação internacional para abordar essas violações sistemáticas.
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