Nouméa, Nova Caledônia, 14 de julho de 2024 – Agência de Notícias AFP – Dois meses após o início dos protestos, a Nova Caledônia, território francês no Pacífico Sul, continua enfrentando confrontos esporádicos e um toque de recolher noturno. A violência tem afetado severamente o turismo, principal indústria do território, com uma queda acentuada no número de visitantes estrangeiros.
A agitação teve início em maio, quando manifestantes indígenas e outros grupos pró-independência iniciaram protestos contra o governo francês. Desde então, dez pessoas, incluindo dois membros das forças de segurança francesas, perderam suas vidas nos confrontos.
O cenário de destruição é evidente ao longo da estrada principal que liga o aeroporto à cidade de Nouméa, com inúmeras lojas e edifícios incendiados. Segundo o governo francês, nos últimos dois meses, ocorreram 700 casos de saques e incêndios criminosos contra estabelecimentos comerciais e outros locais na Nova Caledônia. Os danos são estimados em cerca de 2,4 bilhões de dólares.
Após o início dos tumultos, foi imposto um estado de emergência, que foi suspenso no final de maio. No entanto, o toque de recolher noturno permanece em vigor. As autoridades estenderam o toque de recolher em todo o território entre 20h e 6h até pelo menos 22 de julho.
O impacto no setor turístico é significativo, com aproximadamente 50.000 reservas de viagens canceladas. O governo francês estima que 24.000 pessoas perderam seus empregos devido à crise.
Um especialista aponta que a implementação de medidas para restaurar a economia do território e melhorar a situação é um desafio para Paris, uma vez que a França está envolvida em turbulências políticas internas e se prepara para sediar os Jogos Olímpicos.
A situação na Nova Caledônia permanece tensa, com as autoridades buscando equilibrar a manutenção da ordem pública e a necessidade de diálogo com os grupos pró-independência. O futuro do território e sua relação com a França continuam sendo temas de intenso debate e conflito.
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