Tóquio, Japão, 20 de julho de 2024 – Agência de Notícias Kyodo – Um grupo de especialistas japoneses concluiu que o calor recorde registrado no norte do Japão no verão passado foi provavelmente causado por um mar anormalmente quente na região. O fenômeno, conhecido como “onda de calor marinha”, resultou em menos nuvens e neblina, expondo a área a mais luz solar direta.
A Agência Meteorológica do Japão relatou que a temperatura média da superfície do mar próxima ao país atingiu um recorde histórico para o mês de junho deste ano. Em algumas áreas ao sudeste de Hokkaido, a temperatura estava 6°C acima do normal na quinta-feira (18).
O fenômeno, que persiste desde o ano passado, é atribuído a um avanço extremo para o norte da Corrente de Kuroshio. Um painel formado pela agência sugeriu que este pode ter sido um fator determinante para o calor extremo no norte do Japão no verão de 2023.
Uma equipe de estudo do painel realizou análises mais aprofundadas, concluindo que a onda de calor marinha provavelmente elevou a temperatura do ar através de múltiplos fatores. Normalmente, nuvens e neblina se formam quando a atmosfera é resfriada pela água do mar. No entanto, a menor diferença de temperatura entre o mar e o ar resultou em menos formação de nuvens e neblina do que o habitual.
Dados observacionais parecem corroborar esta análise. A cidade de Sendai, no nordeste do Japão, registrou neblina em apenas um único dia no verão passado – o menor número desde o início dos registros em 1931.
A equipe também apontou que a evaporação da água do mar levou a um efeito estufa mais forte, retendo mais calor na atmosfera. Além disso, o mar mais quente aqueceu diretamente o ar.
O professor Hisashi Nakamura, da Universidade de Tóquio e membro da equipe de estudo, alertou que uma onda de calor marinha extremamente forte continua e, sem dúvida, elevará novamente as temperaturas no norte do Japão neste verão.
Este fenômeno se soma a uma tendência global de aumento das temperaturas. O Japão já registrou seu primeiro dia “extremamente quente” de 2024 em junho, com temperaturas atingindo 35°C em algumas regiões. Previsões indicam que 2024 pode ser o ano mais quente já registrado no Japão, com impactos significativos na saúde pública, agricultura e infraestrutura.
As autoridades japonesas estão tomando medidas para lidar com o calor intenso, incluindo a instalação de unidades de ar condicionado em escolas e a emissão de alertas de insolação. No entanto, o aumento dos custos de energia e a pobreza persistente entre idosos e famílias de baixa renda apresentam desafios adicionais na proteção da população contra as temperaturas perigosamente altas.
À medida que o Japão se prepara para outro verão potencialmente recorde, a compreensão do papel das ondas de calor marinhas no clima do país torna-se crucial para o desenvolvimento de estratégias de adaptação e mitigação eficazes.
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