Esquerda francesa lidera projeções para parlamento.

Paris, França, 08 de julho de 2024 – Agência France-Presse – A aliança de esquerda Nova Frente Popular deve emergir como a maior força na Assembleia Nacional, câmara baixa do parlamento francês, após o segundo turno das eleições realizado neste domingo (7). As projeções, divulgadas pela emissora pública francesa, indicam que o bloco de esquerda pode conquistar entre 172 e 192 das 577 cadeiras, embora não deva alcançar a maioria absoluta.

As previsões, baseadas em pesquisas independentes e outros dados, foram anunciadas logo após o fechamento das urnas às 20h. O campo governista do presidente Emmanuel Macron deve obter entre 150 e 170 assentos, enquanto a direita, representada pela Reunião Nacional e seus aliados, pode conquistar de 132 a 152 cadeiras.

A Reunião Nacional havia obtido a maior parcela de votos no primeiro turno, realizado em 30 de junho. No entanto, a Nova Frente Popular uniu forças com o campo de Macron para apresentar candidatos unificados no segundo turno, numa estratégia para bloquear o avanço da direita.

Estas eleições antecipadas foram convocadas por Macron após sua coalizão sofrer uma derrota significativa para a Reunião Nacional nas eleições para o Parlamento Europeu em junho. O resultado projetado representa uma mudança significativa no cenário político francês, com a esquerda ganhando força e o centro perdendo espaço.

A nova configuração da Assembleia Nacional pode trazer desafios para o governo Macron, que terá que buscar alianças e negociar com a oposição para aprovar suas propostas legislativas. A ascensão da esquerda também sinaliza uma possível mudança nas prioridades políticas do país, com temas como justiça social e meio ambiente ganhando mais destaque.

Analistas políticos destacam que, embora a Nova Frente Popular não deva alcançar a maioria absoluta, sua posição como maior bloco parlamentar pode influenciar significativamente a agenda legislativa e o debate político nos próximos anos. O resultado final das eleições será crucial para determinar o futuro político da França e sua posição no cenário europeu.