Tóquio, Japão, 19 de julho de 2024 – Agência de Notícias Kyodo – Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Tóquio anunciou hoje uma descoberta potencialmente revolucionária: o que podem ser micróbios vivos em estratos geológicos de 2 bilhões de anos na África do Sul. Se confirmada, esta descoberta representaria os micróbios vivos mais antigos já encontrados, oferecendo pistas cruciais sobre a origem e evolução da vida na Terra.
Liderada pelo Professor Associado Yohey Suzuki, a equipe participou de um projeto internacional de perfuração científica em maio, focando nos estratos conhecidos como Bushveld, no nordeste da África do Sul. Essa região, formada há 2 bilhões de anos quando o manto profundo da Terra se elevou até a crosta terrestre, é reconhecida como um dos maiores depósitos mundiais de cromo, platina e outros minerais críticos.
Até o final de junho, a equipe havia perfurado até uma profundidade de 500 metros nos estratos. Suzuki trouxe amostras de rochas para o Japão, onde uma observação minuciosa detectou um grande número de micróbios em uma fissura na rocha. Análises mais detalhadas revelaram que esses micróbios possuem células contendo DNA e proteínas que só podem ser geradas por seres vivos, sugerindo fortemente que os micróbios ainda estão vivos nas rochas.
A equipe acredita que os estratos onde a perfuração foi realizada permaneceram estáveis desde sua formação, tornando muito provável que os micróbios primordiais de 2 bilhões de anos atrás tenham sobrevivido dentro das rochas. Esta descoberta pode reescrever significativamente a história dos micróbios antigos, superando em muito o recorde anterior de micróbios vivos mais antigos, que datavam de cerca de 100 milhões de anos e foram encontrados em depósitos no fundo do mar.
Suzuki e sua equipe planejam conduzir uma análise genômica para determinar se os micróbios encontrados realmente datam de 2 bilhões de anos atrás. Em seguida, examinarão detalhadamente as informações genéticas desses micróbios em busca de novas pistas sobre as origens da vida na Terra e seu desenvolvimento.
“Existe a possibilidade de que os micróbios encontrados sejam totalmente diferentes de qualquer outra criatura viva que conhecemos, o que poderia revolucionar todo o conhecimento existente em biologia”, afirma Suzuki. “Esperamos que esses micróbios de 2 bilhões de anos forneçam uma chave para desvendar os mistérios das origens da vida.”
Esta descoberta não apenas amplia nossa compreensão sobre a longevidade e resiliência da vida microbiana, mas também abre novas possibilidades para a exploração da história primitiva da Terra e potencialmente de outros planetas.
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