Cabul, Afeganistão, 15 de junho de 2024 (Agência de Notícias Reuters) – A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou severamente o Talibã pela proibição da educação secundária para meninas no Afeganistão, destacando que mil dias se passaram desde que as estudantes foram impedidas de frequentar a escola. Agências da ONU afirmam que essa decisão está prejudicando gravemente as vidas e os futuros dessas jovens.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) divulgou um comunicado marcando o que chamou de “um marco triste e sóbrio”. Segundo a agência, a perda de mil dias de educação representa 3 bilhões de horas de aprendizado perdidas para as meninas afegãs. O UNICEF enfatiza que a exclusão das salas de aula é uma “violação flagrante” do direito à educação, além de afetar negativamente a saúde mental das estudantes.
Paralelamente, o Escritório de Direitos Humanos da ONU informou que o Talibã comunicou às funcionárias públicas – que já estão proibidas de trabalhar – que seus salários serão reduzidos ao mínimo. A porta-voz Liz Throssell afirmou que essa medida, junto com a proibição educacional, está “reforçando a exclusão das mulheres da vida pública”. Throssell descreveu a decisão do Talibã como “discriminatória e profundamente arbitrária”, afirmando que está corroendo ainda mais os direitos humanos e limitando a liberdade de movimento das mulheres.
Desde que o Talibã retomou o poder em agosto de 2021, cerca de 1,5 milhão de meninas afegãs foram impedidas de frequentar a escola secundária. Não há sinais de que o grupo islâmico planeje reverter essa decisão em um futuro próximo.
A comunidade internacional continua a pressionar o Talibã para garantir o direito à educação e restaurar os direitos básicos das mulheres e meninas no Afeganistão. No entanto, as perspectivas de mudança permanecem incertas, deixando milhões de jovens afegãs sem acesso à educação e oportunidades de desenvolvimento.
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