Em escândalo de fundos, Seko deixa o LDP conforme recomendado pelo comitê de ética do partido

Tokyo, Japão – 5 de Abril de 2024 – Um parlamentar sênior do principal partido governista do Japão, o Liberal Democrático (Liberal Democratic Party – LDP), deixou o partido em resposta a uma decisão disciplinar do comitê de ética em relação a um escândalo de arrecadação de fundos.

O ex-secretário-geral da Câmara Alta do LDP, Seko Hiroshige, apresentou um aviso de saída ao partido na quinta-feira (4), após o comitê decidir medidas disciplinares para 39 membros do partido envolvidos em um escândalo de arrecadação de fundos, incluindo Seko. O LDP aceitou seu aviso de saída.

Os 39 faziam parte da maior facção de Abe, antes liderada pelo falecido primeiro-ministro Abe Shinzo, ou da facção de Nikai liderada pelo veterano legislador Nikai Toshihiro.

Eles foram disciplinados em conexão com a falta de relato de receitas em propinas de eventos de angariação de fundos.

A facção de Abe decidiu abolir a prática de propinas em abril de 2022, mas ela continuou depois que quatro membros sêniores discutiram o assunto meses depois.

O partido considerou impor penalidades mais severas para esses quatro membros, a saber, Seko, o ex-ministro da Educação Shionoya Ryu, o ex-chefe de política Shimomura Hakubun e o ex-ministro da Economia Nishimura Yasutoshi.

O comitê instou Seko e Shionoya a deixarem o partido. Esta é a segunda punição mais severa sob as regras do partido após a expulsão.

Shimomura e Nishimura terão sua filiação suspensa do partido por um ano, o que é a terceira punição mais severa.

O ex-chefe de assuntos parlamentares Takagi Tsuyoshi e o ex-chefe de gabinete Matsuno Hirokazu da facção de Abe e três da facção de Nikai também terão sua filiação suspensa do partido por seis meses ou um ano.

Membros cujas receitas não declaradas durante um período de cinco anos ultrapassaram 20 milhões de ienes, ou cerca de 132.000 dólares, enfrentarão suspensão de cargos partidários por um ano. Isso inclui o ex-chefe de política do LDP Hagiuda Koichi.

Membros que deixaram de declarar 10 milhões de ienes ou mais, mas menos de 20 milhões de ienes, enfrentarão suspensão de cargos partidários por seis meses, enquanto aqueles que não declararam 5 milhões de ienes ou mais, mas menos de 10 milhões de ienes, receberão uma repreensão.

Nikai deixou de declarar a maior quantia, mais de 35 milhões de ienes para o período de cinco anos. Mas o peso-pesado do partido foi isento de disciplina, pois ele já expressou sua decisão de não concorrer nas próximas eleições para a Câmara Baixa.

O primeiro-ministro Kishida Fumio, que anteriormente liderava a facção Kishida, também não foi punido, embora o ex-tesoureiro-chefe de sua facção tenha sido considerado culpado.