Península de Noto, Ishikawa, Japão, 2 de março de 2024 – Sexta-feira marcou dois meses desde que um terremoto devastador atingiu a Província de Ishikawa, no centro do Japão. O desastre lançou luz sobre um problema em ascensão: a disseminação de desinformação.
Segundo a NHK, no dia do terremoto e no dia seguinte, houve pelo menos 23 postagens nas redes sociais que foram visualizadas mais de 10.000 vezes cada uma. Essas postagens incluíam endereços específicos e pedidos de ajuda, sendo que algumas continham desinformação.
Uma das postagens dizia: “As pernas do meu marido estão presas e ele não consegue sair. As chamadas de emergência não funcionam.” As informações nesta postagem foram confirmadas como falsas.
A NHK entrevistou Kido Masahiko, o morador do endereço listado na postagem. Ele disse que estava na casa de um colega no momento do desastre. Kido relatou que o terremoto danificou pilares de sua casa, mas que seus familiares que estavam lá não ficaram feridos.
Três dias depois, a mesma conta postou: “Meu marido morreu.” As postagens foram visualizadas cerca de 72 milhões de vezes.
Kido descreveu a desinformação como “um incômodo”. Ele disse: “Como sobrevivente do desastre, espero que coisas assim nunca mais aconteçam.”
Houve também casos em que equipes de resgate foram enviados para um local com base em informações falsas contidas em uma postagem.
Alguém pediu ajuda depois de notar uma postagem afirmando que uma pessoa estava soterrada sob os escombros. A postagem incluía um endereço em Kaga.
Uma equipe de resgate se dirigiu imediatamente ao local após receber a ligação. No entanto, não encontraram evidências de qualquer situação de emergência no endereço listado, onde havia um depósito. Um oficial do corpo de bombeiros da cidade de Kaga alertou que o envio da equipes de resgate com base em um alerta falso poderia impedir que eles chegassem às pessoas que realmente precisam de ajuda.
Uma empresa no Japão que verifica postagens em redes sociais montou uma equipe de especialistas que repassam informações para autoridades da Província de Ishikawa.
Os especialistas verificam o endereço mencionado em uma postagem, cruzando-o com um mapa. Eles também verificam o perfil da conta e postagens anteriores para ver se a pessoa estava realmente no local.
Especialistas afirmam que as empresas de mídia social precisam considerar a introdução de um sistema para identificar informações falsas.
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