Questionada a liberação do ex-primeiro-ministro tailandês Thaksin

Bangkok, Tailândia – 19 de fevereiro de 2024 – O ex-primeiro-ministro tailandês Thaksin Shinawatra foi libertado sob condicional após passar seis meses detido em um hospital policial. Surgem questionamentos sobre sua liberação e seu possível papel futuro na política tailandesa.

Com 74 anos, Thaksin foi libertado na manhã de domingo (18). Autoridades judiciais afirmam que sua idade e saúde foram alguns dos fatores considerados na decisão de conceder-lhe liberdade condicional.

Thaksin foi deposto do poder em um golpe de Estado em 2006 e estava em exílio “de facto”. Ele retornou à Tailândia em agosto do ano passado e foi enviado para a prisão, mas foi imediatamente hospitalizado após reclamar de problemas de saúde.

O maior partido de oposição, Movimento Avante, denunciou sua libertação, sugerindo que ele recebeu tratamento especial.

Alguns habitantes de Bangkok também criticaram a decisão. Um homem na capital disse à NHK: “Eu acho que o sistema de justiça da Tailândia é injusto. Pessoas com privilégios e prioridade recebem liberdade condicional mais rapidamente”.

O partido governante Pheu Thai é afiliado a Thaksin. Yuttaporn Issarachai, professor associado da Universidade Sukhothai Thammathirat e especialista em política tailandesa, disse que Thaksin continua sendo uma figura carismática, mas, no que diz respeito à política, ele é do passado.

Ele afirmou: “Eu não acredito que haverá mudanças significativas, porque a política tailandesa já ultrapassou Thaksin. Se ele voltar ao centro das atenções, isso pode desencadear um conflito, que resulta em um ataque ao Pheu Thai”.

Na segunda-feira (19), Thaksin se encontrou com promotores para discutir alegações de difamação à monarquia durante seu tempo no exterior. Um promotor sênior disse que ele está “gravemente doente” e “mal tinha voz”. Os promotores afirmam que é necessária uma investigação mais aprofundada antes de decidirem se o acusarão.