Tóquio, Japão – 27 de fevereiro de 2024 – A tensão política no Japão atinge novos patamares em meio ao escândalo de arrecadação de fundos que abalou o principal partido governante, o Liberal Democrático. Cinco parlamentares do LDP – Liberal Democratic Party, devem comparecer a um comitê do parlamento ainda esta semana, mas há discordância entre o LDP e a oposição sobre se a sessão deve ser aberta ou fechada.
O escândalo mais uma vez dominou o debate no parlamento na segunda-feira (26). Parlamentares da oposição estão exigindo que a sessão do comitê de ética seja aberta ao público.
Questionando o Primeiro-Ministro Kishida Fumio, Kii Takashi do Partido Democrático Constitucional disse: “É uma traição ao público se opor a uma sessão aberta, apesar de sua promessa de prestação de contas. Como presidente do LDP, você deveria instruir seu partido a concordar com uma sessão totalmente aberta”. Kishida respondeu: “Espero que o melhor caminho seja tomado do ponto de vista do cumprimento da responsabilidade. É política básica do LDP instar seus membros a tentarem se explicar sempre que possível”.
Mesmo dentro do LDP, um membro sênior ecoou o apelo da oposição. Ishiba Shigeru, ex-Secretário-Geral do LDP, disse: “É difícil encontrar razões racionais para tornar a sessão fechada. Pessoalmente, acho que deveria ser realizada abertamente”.
Os cinco membros do LDP que devem comparecer incluem o ex-Secretário-Chefe de Gabinete Matsuno Hirokazu e o ex-ministro do comércio Nishimura Yasutoshi.
Os cinco, e dezenas de outros parlamentares do LDP, são acusados de não declarar adequadamente a receita de arrecadação de fundos e de receber propinas.
A maioria pertencia ao que era a maior facção do LDP, liderada pelo falecido Primeiro-Ministro Abe Shinzo.
O LDP propôs uma sessão a portas fechadas, levando em consideração os desejos dos cinco parlamentares. Mas o grupo de oposição repetiu sua demanda, dizendo que os cinco deveriam se explicar diretamente ao público para cumprir sua responsabilidade.
O LDP, posteriormente, ofereceu o compromisso de tornar a sessão aberta, mas apenas para colegas parlamentares e não para a imprensa ou público em geral. No entanto, a oferta não foi aceita pela oposição. Os dois lados planejam continuar as negociações na terça-feira (27).
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