Yangon, Myanmar – 01 de fevereiro de 2024 – Os meios de comunicação estatais de Myanmar relatam que os militares estenderam o estado de emergência no país por mais seis meses, o que significa que uma nova eleição geral permanece fora de alcance.
A junta impôs a regra pela primeira vez depois de assumir o poder há três anos, nesta quinta-feira (1).
Os líderes militares realizaram um golpe em 1º de fevereiro de 2021, alegando que a eleição do ano anterior foi fraudulenta. Eles depuseram e detiveram Aung San Suu Kyi, cujo partido havia vencido por uma margem ampla. A laureada com o Prêmio Nobel da Paz permanece detida.
Os militares prometeram “refazer” a eleição, mas, enquanto isso, reprimiram os protestos civis. Lançaram ataques aéreos em vilarejos em todo o país, enquanto as batalhas se intensificaram com as forças pró-democracia e minorias étnicas. Um grupo de direitos humanos em Myanmar diz que quase 4.500 civis foram mortos.
Muitos mais foram deslocados, incluindo alguns que fugiram para a vizinha Tailândia, criando uma situação humanitária deteriorada na fronteira.
A junta prometeu realizar uma eleição geral assim que a situação de segurança do país estiver estabilizada. Mas está lutando para conter a crescente oposição armada, lançando dúvidas sobre quando o governo civil retornará.
Em outubro passado, três grupos étnicos minoritários lançaram ataques coordenados no estado oriental de Shan, que faz fronteira com a China. Eles conquistaram cidades e bases militares antes que Pequim mediasse um cessar-fogo temporário.
Em janeiro, militantes de minorias étnicas no estado ocidental de Rakhine começaram a intensificar os ataques contra os militares. Algumas tropas até foram forçadas a fugir para a Índia.
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