Facção Abe do LDP do Japão se reúne pela última vez

Tóquio, Japão – 2 de fevereiro de 2024 – A maior facção no principal partido governante do Japão, o Partido Liberal Democrático (Liberal Democratic Party – LDP), encerrou suas atividades após realizar sua última reunião geral.

A facção, que foi liderada pelo falecido Primeiro-Ministro Abe Shinzo, anunciou cerca de duas semanas atrás que se dissolveria em resposta a um escândalo de financiamento político.

Na reunião de quinta-feira, membros da facção na sede do LDP em Tóquio decidiram dissolver seus cargos de liderança e grupo de tomada de decisões, encerrando suas atividades.

A facção foi estabelecida pelo ex-Primeiro-Ministro Fukuda Takeo e era vista como um grupo político conservador dentro do LDP.

Primeiros-ministros que foram membros sênior da facção incluíam Mori Yoshiro, Koizumi Junichiro, Fukuda Yasuo e Abe Shinzo.

A facção estava sem líder desde o assassinato de Abe em julho de 2022. Em agosto do ano passado, a facção lançou uma diretoria executiva de 15 membros presidida pelo ex-ministro da Educação Shionoya Ryu. Seus membros incluíam o ex-Secretário-Chefe do Gabinete Matsuno Hirokazu e o ex-Presidente do Conselho de Pesquisa Política do LDP Hagiuda Koichi.

A maior facção intra-partidária, com uma adesão de até 100 legisladores, diz-se que teve uma influência significativa na administração do Primeiro-Ministro Kishida Fumio.

Matsuno, Hagiuda e outros três legisladores eram considerados os cinco membros mais antigos da facção.

Eles haviam servido como ministros do gabinete no governo Kishida ou ocupado cargos seniores no LDP.

Mas ministros do gabinete e membros seniores do partido pertencentes à facção deixaram seus cargos em dezembro após a descoberta do escândalo de arrecadação de fundos.

Em 19 de janeiro, a facção decidiu se dissolver depois que os promotores apresentaram acusações contra seu tesoureiro-chefe e três legisladores.

Na quarta-feira (31), a facção Abe anunciou que deixou de registrar um total de cerca de 676 milhões de ienes, ou cerca de 4,6 milhões de dólares, de receitas em relatórios de fundos políticos durante os cinco anos até 2022. Pediu desculpas por causar desconfiança pública na política.