Tremores anteriores levaram ao desabamento de muitas residências no terremoto do Japão afirma especialista

Kanazawa, Japão – 6 de janeiro de 2024 – Antes do devastador terremoto que atingiu a Península de Noto na última segunda-feira (1), anos de atividade sísmica na região podem ter enfraquecido significativamente a resistência sísmica de muitas construções, segundo especialistas. O Professor Yamagishi Kuniaki, da Kanazawa Institute of Technology, revelou que a região enfrentou repetidos tremores desde aproximadamente 2020, com um deles atingindo a intensidade superior 6 na escala japonesa em maio do ano passado.

De acordo com Yamagishi, esses tremores podem ter causado o deslocamento de pilares ou o desmoronamento de paredes de terra em muitas edificações na região. Ele destacou que muitas dessas construções são de madeira e foram erguidas antes de 1950, quando a Lei de Padrões de Construção entrou em vigor. Além disso, salientou que a proporção de casas resistentes a terremotos na duramente atingida Suzu City, no final de março de 2019, era de apenas 51%, muito abaixo da média nacional de 87%.

O especialista mencionou o desabamento de um edifício com sete andares em Wajima City, outra área gravemente afetada pelo terremoto. Embora ressalte a necessidade de exames detalhados, Yamagishi afirmou que as imagens indicam que os pilares subterrâneos podem ter sido danificados, tornando-os incapazes de sustentar o prédio. Ele também sugeriu a possibilidade de liquefação do solo.

Comparando com terremotos poderosos que atingiram a mesma região no ano passado, Yamagishi observou que desta vez muitos mais edifícios foram destruídos. Ele alertou que os residentes podem ser obrigados a reconsiderar suas habitações, optando, por exemplo, por casas projetadas para resistir a outro grande terremoto. O impacto da atividade sísmica anterior na região ressalta a importância de investimentos em construções mais resilientes e a revisão das normas de segurança em áreas propensas a terremotos.