Tóquio, Japão – 30 de janeiro de 2024 – Três residentes estrangeiros do Japão entraram com um processo judicial buscando compensação do estado e dos governos locais por perfil racial discriminatório por parte da polícia.
Os homens, que vivem em Tóquio e na Província de Aichi, encontraram-se com repórteres na capital, acompanhados por seu advogado, na segunda-feira (29).
Sua reclamação afirma que os autores foram repetidamente parados por policiais sem motivo aparente.
Os reclamantes dizem que os policiais revistaram seus pertences pessoais e deram desculpas estranhas para pará-los, como o fato de ser raro ver estrangeiros dirigindo.
Os três estão buscando 3 milhões de ienes em danos cada um, ou cerca de 20.000 dólares, dos governos central, metropolitano de Tóquio e da Província de Aichi. Eles afirmam que tais questionamentos policiais são atos de discriminação e violam a Constituição.
Advogados dos reclamantes contaram a um repórter sobre instruções acredita-se que foram produzidas pela polícia da província de Aichi.
De acordo com os advogados, eles dizem que “os policiais devem realizar uma investigação minuciosa de acordo com a crença de que indivíduos com aparência estrangeira que não falam japonês devem estar envolvidos em alguma forma de ação ilegal”.
O perfil racial discriminatório é um problema global. Um comitê das Nações Unidas recomendou a definição de diretrizes para evitar o uso de raça, cor da pele, origem nacional e outros fatores para visar pessoas para questionamentos ou investigações policiais.
O reclamante Seiedo Zain, 26 anos, cujos pais são do Paquistão, possui cidadania japonesa. Ele disse aos repórteres que cooperou com a polícia porque sentiu que era seguro fazê-lo. Ele disse que começou a se perguntar por que estava sendo parado depois de ser questionado mais de 10 vezes.
A advogada dos reclamantes, Uraki Tomoko, disse aos repórteres que quer proporcionar à sociedade uma oportunidade de refletir sobre tais ações policiais, que podem estar relacionadas ao perfil racial discriminatório.
Um oficial da Agência Nacional de Polícia responsável pelo assunto se recusou a comentar, dizendo que a polícia ainda não recebeu a reclamação.
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