Pequim, China – 26 de novembro de 2023 – À medida que a economia chinesa enfrenta desafios quase um ano após o fim abrupto da política de zero-COVID, as autoridades do país estão reforçando o controle sobre as redes sociais, monitorando de perto contas que expressam opiniões sobre questões sociais.
A política, que incluía bloqueios, foi levantada de forma abrupta após protestos de rua contra as decisões do governo, que ocorreram em várias partes do país, incluindo Pequim e Xangai, em novembro do ano passado.
Jovens manifestantes em Xangai seguraram folhas em branco, expressando sua insatisfação com o governo. O protesto, ocorrido entre 26 e 27 de novembro do ano passado, pedia o fim da política de zero-COVID e mudanças no governo. Protestos presenciais são raros na China, e este evento chamou a atenção da comunidade internacional.
Posteriormente, o governo chinês encerrou abruptamente a política de zero-COVID, e os protestos nas ruas parecem ter cessado. No entanto, a recuperação da economia chinesa tem sido lenta, com desafios significativos no mercado imobiliário e uma situação difícil no emprego, especialmente para os jovens.
Em meio a essas dificuldades econômicas, as autoridades de Pequim mantêm vigilância, temendo que a insatisfação popular se transforme em críticas ao governo. No ano passado, muitos manifestantes foram detidos, como revelou uma entrevista da NHK com um ex-protestante que foi detido em Xangai e posteriormente deixou a China.
O entrevistado, detido em 27 de novembro do ano passado, alega ter sido agredido por alguns policiais durante o interrogatório em uma delegacia. Após a detenção, suas atividades online foram monitoradas, e ele relatou uma sensação de sufocamento da liberdade de expressão. Em outubro deste ano, ele emigrou para o exterior, buscando asilo e alterando frequentemente seu endereço por receio de represálias.
Em sua entrevista, ele expressou a opinião de que se mais pessoas, não apenas estudantes e jovens, tivessem participado dos protestos no ano passado, esses movimentos poderiam ter impulsionado a democracia na China. Ele ressaltou a possibilidade de novos protestos, mas alertou que as autoridades estão monitorando de perto a situação, pois o governo chinês não deseja que movimentos dessa natureza sejam conhecidos no exterior.
O ex-protestante criticou a postura do governo de Pequim, alegando que, assim como acontece com eventos históricos, como a Praça Tiananmen, o governo esconde e evita discutir os protestos. Ele enfatizou a importância de não ocultar os protestos, destacando a necessidade de transparência e debate sobre as aspirações democráticas na China.
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