A classificação do grupo palestino Hamas como organização terrorista tem sido um ponto de divergência na comunidade internacional, e o Brasil mantém sua postura de não rotulá-lo como tal, baseando-se em critérios da Organização das Nações Unidas (ONU).
Enquanto países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e nações da União Europeia classificam o Hamas como uma organização terrorista, o Brasil, juntamente com países como China, Rússia, Turquia, Irã e Noruega, opta por não adotar essa classificação.
O governo brasileiro historicamente exige que uma organização seja considerada terrorista pela ONU para que seja reconhecida como tal. Isso se aplica a grupos como Boko Haram, Al-Qaeda e Estado Islâmico, todos classificados como organizações terroristas pela ONU e, consequentemente, pelo Brasil.
Mesmo durante o governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), que manifestou apoio à classificação de grupos como o Hamas como terroristas, o Brasil oficialmente não alterou sua posição.
Recentemente, em meio aos ataques do Hamas no sul de Israel, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu duas notas condenando a violência na região, sem mencionar o grupo palestino como terrorista.
O Brasil, que assumiu temporariamente a presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, convocou uma reunião de emergência do órgão para discutir a situação, enfatizando seu compromisso com a solução de dois Estados para o conflito palestino-israelense.
Embora o Brasil não classifique o Hamas como grupo terrorista, em 2018, o país votou a favor de uma proposta dos Estados Unidos na Assembleia Geral da ONU que condenava o Hamas pelo uso de foguetes contra Israel, pedindo que o grupo renunciasse à violência. A proposta, no entanto, não obteve a maioria necessária para ser aprovada.
A classificação de uma entidade como terrorista ou não varia de acordo com os interesses e diretrizes de política externa de cada país. Enquanto alguns países, como Irã e Turquia, oferecem apoio direto ao Hamas, outros, como Suécia e Dinamarca, o rotulam como organização terrorista.
Rússia e China também não classificam o Hamas como grupo terrorista e não mencionaram o grupo em suas declarações recentes sobre o conflito no Oriente Médio.
A questão da classificação do Hamas como terrorista continua sendo um ponto sensível nas relações internacionais, refletindo as complexidades do conflito palestino-israelense e as diversas perspectivas adotadas pelos países ao redor do mundo.
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