O primeiro-ministro do Japão, Kishida Fumio, pediu cooperação internacional para lidar com uma série de problemas complexos que a comunidade global está enfrentando, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU. Ele também pediu a reforma das Nações Unidas.
Kishida fez seu discurso na sede da ONU em Nova York na terça-feira (19).
Ele se referiu à invasão da Ucrânia pela Rússia e observou que o mundo está enfrentando problemas múltiplos e complexos, como mudanças climáticas, doenças infecciosas e desafios ao estado de direito. Ele expressou sua preocupação com o fato de que, se a comunidade internacional estiver dividida, não poderá enfrentar esses problemas adequadamente.
Disse ainda que é necessário um mundo pacífico e estável, onde a dignidade humana seja garantida. O primeiro-ministro japonês disse que, para atingir esse objetivo, não é desejável que haja divisões e conflitos dentro da comunidade global. Ele disse que é importante que a comunidade internacional una esforços para enfrentar os problemas em conjunto, superando as diferenças nas estruturas estatais e nos sentidos de valor.
Kishida destacou que uma área que precisa de cooperação global é o desarmamento nuclear, que é seu projeto especial. Ele disse que o Japão promoverá esforços práticos para manter e fortalecer a estrutura do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, ou NPT. Ele acrescentou que o Japão fornecerá mais 3 bilhões de ienes, ou cerca de 20 milhões de dólares, para ajudar a instalar um fórum de debate sobre desarmamento nuclear em instalações de pesquisa no exterior.
Kishida também disse que o Japão aumentará a assistência aos países em desenvolvimento para ajudá-los a enfrentar a crise alimentar e a mudança climática, promover a digitalização e garantir suprimentos médicos para combater doenças infecciosas.
O primeiro-ministro japonês também reiterou a importância do estado de direito. Ele criticou a Rússia, que é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, por atropelar essa regra. O primeiro-ministro disse que a Rússia deveria corrigir, imediatamente, as violações da Carta da ONU e dos direitos humanos e parar de fazer ameaças nucleares.
Em uma aparente referência à situação em que os membros permanentes do conselho, incluindo a Rússia, usam repetidamente o veto, Kishida disse que seu uso desenfreado agravará as divisões e hostilidades dentro da ONU. De acordo com ele, os esforços para restringir a prática poderiam ajudar a fortalecer e restaurar a confiança no conselho.
Ele observou que o mundo está mudando drasticamente. Comentou que o Conselho de Segurança deve refletir o mundo atual e que os membros permanentes e não permanentes do devem ser ampliados. Afirmou que este é o momento de agir.
No discurso, Kishida também se referiu à questão do sequestro de cidadãos japoneses pela Coreia do Norte. Ele indicou que continuará a se esforçar para realizar uma cúpula com o ditador norte-coreano, Kim Jong Un, para resolver a questão.
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