10 C
Kóka
quinta-feira, 13 março, 2025 12:13: pm
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_img

Erika Ribeiro e Tatiana Parra lançam “Entreluas”, álbum em duo de piano e voz

Olhar para a música sul americana costura repertório com compositore do Brasil, Chile, Argentina, Armênia, Polônia, Alemanha e Estados Unidos.

Olhar para a música sul americana costura repertório com compositore do Brasil, Chile, Argentina, Armênia, Polônia, Alemanha e Estados Unidos.

Um diálogo entre duas mulheres que convocam seus instrumentos para uma conversa que se estabelece em múltiplas camadas: entre si mesmas (o mergulho interno), entre elas (a intimidade), entre linguagens (no trânsito entre o erudito e o popular), entre ciclos (do feminino, da natureza e da vida). Essa é a essência de “Entreluas”, álbum que a pianista Érika Ribeiro e a cantora Tatiana Parra lançaram nesta sexta-feira, dia 22 de setembro, em todas as plataformas. Pré-save aqui.

Amigas íntimas, talentosas e multi premiadas, a dupla desenhou um repertório a quatro mãos no qual passeia pela música do mundo a partir de um ponto de vista regional, a música da América do Sul. “Sempre tivemos esse olhar para o nosso continente, e quisemos conectá-lo com as muitas vertentes musicais do mundo, sob uma perspectiva global e sobretudo inclusiva”, explica Erika. “A ideia foi a de criar pontes entre composições de nacionalidades tão diversas, e desconstruir paradigmas através desse fio condutor”, complementa Tatiana.

Gravado pela Maritaca Discos, a convite de Léa Freire, “Entreluas” foi concebido sob a ideia de refletir a busca das duas artistas por uma expressão musical pura e essencial, sem amarras. Para tanto, as composições foram registradas ao vivo, sem edições ou retoques, no estúdio Macieiras, em Minas Gerais, por Alexandre Andrés, com produção de Felipe Senna. Tudo simultaneamente captado em vídeo por Lucas Weglinski e Lucca Mezzacapa. Erika e Tatiana assinam a direção artística e os arranjos de todo o trabalho.

Mãos à obra, as duas uniram suas múltiplas influências e intuitivamente selecionaram 11 canções com letra e temas instrumentais de compositores do Brasil, Chile, Argentina, Armênia, Polônia, Alemanha e Estados Unidos, a maioria mulheres. “Erika me apresentou Grazyna Bacewicz (e tantas outras referências da música erudita nesses anos de amizade); também me apresentou Karina Contreras, grande compositora chilena”, exemplifica Tatiana que, por sua vez, trouxe o trabalho da americana Zenobia Powell para o disco.

“Entreluas”, o título, não surgiu por acaso. “Aos poucos fomos percebendo que as nossas pesquisas e experimentações sonoras também tinham todo um conceito de água, de maré, de emoções”, revela Erika. “Isso faz com que este trabalho navegue entre diferentes estilos e poéticas, contemplando uma visão musical que acredita no poder da delicadeza, do silêncio e da reflexão como guias nos labirintos do contemporâneo”, definem ambas. Agora chegou o momento de navegarmos com elas.

O disco é estruturado em faixas separadas por três vinhetas compostas pela dupla. “Entreluas”, “Intermezzo” e “Essência”, são miniaturas musicais que sugerem uma escuta-experiência por diversos “estados de espírito”.

Embarcamos na audição de “Entreluas” com “El barrio, el candombe”, tema do hermano Carlos Aguirre lançado previamente como single. Segundo Érika, a composição serviu de gatilho para todo o processo do álbum, pois ”expande as fronteiras do continente sulamericano e nos aproxima da essência da música latina em uma língua universal“. Seguimos com “Veja Você”, poesia de Carlos Fernando (Nouvelle Cuisine) musicada muitos anos depois por Luca Raele, ele próprio impressionado pela ausência de adjetivos num poema tão romântico.

De repente, nos apoiamos no “Parapet”, de Vardan Ovsepian. Ela faz parte de uma série de composições nas quais o armênio usou termos arquitetônicos como título de cada música. “Parapet significa parapeito e por isso a sensação de vertigem entre as estruturas musicais desta peça”, explica Parra, que gravou a música em “Lighthouse”, álbum do compositor, de 2014.

Logo depois, paramos para contemplar o belo “Sunset”, de Zenobia Powell Perry, (1908-2004) compositora, professora, ativista dos direitos civis afro-americanos nos EUA, além de prolífica compositora e pianista, de ascendência afro-americana e indígena Creek. Até que voltamos ao Brasil com “Pintou um grilo”, da compositora, flautista e pianista Léa Freire, que participa da faixa. “Como de hábito, Léa descreve os mais diversos estados de espírito em suas sofisticadas harmonias e complexos ritmos brasileiros”, elogia Érika.

A sexta faixa, que também dá nome ao trabalho, é a primeira das três vinhetas. Logo depois dela, voltamos o olhar para para o sul e nossos ouvidos se abrem para “Mirada al sur”, da compositora e pianista chilena Karina Contreras, que também fecha o disco com “Hasta al misterio”. “São músicas que representam nossa alma latinoamericana e a constante busca por nossa própria voz”, pontua Parra.

Logo depois, a dupla nos faz mergulhar na “Maré de água-viva”, de Clarice Assad e Daniel Basílio, e em seguida nos perdemos no “Labirinto” de Léa Freire, presente mais uma vez. Após um rápido “Intermezzo”, Erika e Tatiana nos convidam para dançar num breve delírio com a “Valsa”, da polonesa Grazyna Bacewicz. “Essência”, a terceira e última vinheta, nos aponta a proximidade do final. É quando subimos com elas para brincar no lúdico “Carrossel”, da alemã Olívia Trummer, antes de encerrarmos essa travessia entre as lunações fascinados com os mistérios de Contreras.

Erika Ribeiro é vencedora de 10 concursos nacionais de piano – entre eles o III Concurso Nelson Freire, e premiada em mais de 20, Erika tem se apresentado como solista e camerista nas principais salas de concerto do país, onde realiza com frequência parcerias ao lado de destacados músicos. No exterior também se apresenta com frequência, já tendo feito concertos em diversos países, como Alemanha, Áustria, França, Estados Unidos, Omã, Polônia e Portugal. Já atuou como solista em nove das principais orquestras brasileiras, e também da  Filarmônica de Gaia (Portugal), e da Filarmônica de Kalisz (Polônia), entre muitas outras.

Seu primeiro álbum “Images of Brazil” em parceria com a violinista americana Francesca Anderegg, lançado pelo selo Naxos Latin Classics Series, recebeu elogiosos comentários da crítica especializada. Em 2021 lançou seu primeiro disco solo pela Gravadora Rocinante, onde registrou transcrições autorais de Ígor Stravinsky e Hermeto Pascoal, além de peças raras da compositora russa Sofia Gubaidúlina. Este trabalho foi finalista do Prêmio Concerto 2021, na categoria “Melhor Disco do Ano”, e foi indicado ao Grammy Latino 2022 como “Melhor Álbum de Música Clássica”. Sobre Erika Ribeiro – https://linktr.ee/erikaribeiro/

Tatiana Parra possui cinco discos lançados como solista – “Inteira” (2010); “Aqui” (2011) em duo com o pianista argentino Andrés Beeuwsaert ; “Lighthouse” (2013); “Hand in Hand “(2015) e “Triptych” (2019), os três últimos gravados em Los Angeles em parceria com o pianista armênio Vardan Ovsepian.

Com este projeto recebeu o primeiro prêmio Achava Jazz Festival (Alemanha). Desde 2010 vem realizando shows e masterclasses pela América Latina, Japão, Europa e Estados Unidos. Em 2022 foi uma das ganhadoras do prêmio Grão de Música. Tatiana leciona canto na Faculdade de Música Santa Marcelina, em São Paulo e é artista residente no Conservatório de Música de Santiago do Chile.

Tatiana Parra – Instagram:https://www.instagram.com/tatianaparra_vozpresente/

Ente Luas- Tratore:https://tratore.ffm.to/entreluas

Assessoria de comunicação:

Rafael Millon – rafaelmillon.cultura@gmail.com +55 21 98558 9849

Rafael Millon

Comunicação e Cultura
+55 21 98558 9849
Cleo Oshiro
Últimos posts por Cleo Oshiro (exibir todos)

Artigos relacionados

ÁSIA

spot_imgspot_img