A líder da Estônia tem sido uma forte apoiadora da Ucrânia enquanto o país luta contra a invasão russa.
A oposição na Estônia pediu que a primeira-ministra, Kaja Kallas, renunciasse depois que foi revelado que a empresa de seu marido continuava a operar na Rússia.
O Partido do Centro anunciou na sexta-feira (25), que estava começando a discutir uma moção de desconfiança contra ela, enquanto outro grupo de oposição, o Isamaa, disse que o escândalo causou “danos consideráveis aos interesses e à reputação da Estônia”.
A emissora pública estoniana ERR informou na quarta-feira (23), que a empresa de transporte Stark Logistics, de propriedade parcial do marido de Kallas, Arvo Hallik, continuou a fazer negócios com a Rússia depois que o país invadiu a Ucrânia.
As revelações são um constrangimento para Kallas, que expressou repetidamente seu forte apoio a Kiev.
Todo o comércio com a Rússia deve “parar enquanto a guerra de agressão russa contra a Ucrânia continuar”, disse ela após as revelações.
Em um comunicado à imprensa divulgado no início desta semana, a Stark Logistics disse que tinha apenas um cliente estoniano, a Metaprint, que atualmente está em processo de fechamento de sua fábrica na Rússia.
Kallas disse que a empresa de seu marido estava ajudando seus clientes estonianos na Rússia “de acordo com as leis e sanções” atualmente impostas.
Na sexta-feira, Hallik pediu desculpas “pelo dano causado à minha esposa”, dizendo que venderia imediatamente suas ações na Stark Logistics e se aposentaria da empresa.
Ele afirmou que ela “não estava ciente” de suas atividades profissionais.
“This year it seems to be more important who doesn’t get the votes, than who does”
A deeper look at some of the things we learned from #Estonia election results, with comments from @ErakondEesti200‘s Kristina Kallas, and @ICDS_Tallinn‘s @meriliarjakas. https://t.co/bSsuKqk1Pj
— David Mac Dougall (@davidmacdougall) March 6, 2023
O CEO da Metaprint e acionista majoritário da Stark Logistics, Martti Lemendik, disse à ERR na sexta-feira (25), que a empresa gerou quase 30 milhões de euros em vendas na Rússia desde que Moscou invadiu a Ucrânia.
Duas pesquisas encomendadas, após o escândalo, mostram que a maioria dos entrevistados quer que Kallas deixe o cargo de primeira-ministra. Mas os aliados de seu Partido Reformista liberal querem que ela permaneça no cargo.
Cerca de 57% dos entrevistados disseram que Kallas deveria renunciar ao cargo de chefe de governo, 31% responderam que ela deveria dar uma explicação, mas permanecer no cargo, enquanto 7% optaram por “não fazer nada”, de acordo com uma pesquisa encomendada pelo think-tank conservador Institute for Societal Studies
Alguns meios de comunicação da Estônia também pediram a renúncia de Kallas.
O jornal diário Eesti Päevaleht afirmou que ela “deveria apresentar sua carta de demissão”, embora sem “necessariamente deixar seu cargo”.
Considerando as explicações de Kallas insuficientes, o jornal Postimees aconselhou a primeira-ministra a “começar a fazer as malas hoje para evitar um constrangimento ainda maior no futuro”.
O governo de Kallas, uma coalizão entre o Partido da Reforma, os social-democratas e o Estonia 200, foi formado em 17 de abril. Ele tem 60 dos 101 assentos no parlamento do país.
Kallas enfrentará dois comitês de avaliação na próxima semana.
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